Movimentos populares e entidades sindicais estão convocando em todo o País uma série de manifestações contra a reforma da Previdência para esta quarta-feira (15). A Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo, ligadas ao PT, encabeçam a convocação dos atos em 23 capitais . O PT, inclusive, está usando as redes sociais para divulgar as manifestações, chamadas no Dia Nacional de Paralisação e Mobilização.
Nos materiais de divulgação das manifestações na internet, os organizadores reforçam ainda os pedidos de saída do presidente Michel Temer (PMDB) do cargo e a convocação de eleições diretas. "É preciso organizar a resistência e conscientizar a população nos seus locais de trabalho, nas escolas e universidades, no campo e na cidade, sobre o brutal ataque aos direitos que vem sendo patrocinado por um governo e uma esmagadora maioria do Congresso Nacional, que não tem compromisso com o povo", diz o texto do evento no Facebook publicado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.
A reforma da Previdência é a principal pauta dos atos, que também envolvem a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Intersindical e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) como organizadoras. Os protestos coincidem com o dia de assembleias e greves convocadas por sindicatos da Educação no País. "Em cada Estado tem as pautas estaduais, o enfrentamento com os governos estaduais. Mas, de maneira geral, é o enfrentamento ao desmanche da Previdência e às outras reformas do governo golpista, que, mais do que reformas isoladas, faz reformas na natureza do Estado", diz a secretária de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT, Janeslei Albuquerque.
Os organizadores classificam a reforma proposta por Temer como o "fim da aposentadoria". Uma das principais críticas é o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, ponto considerado como inegociável pela equipe de Temer. Por outro lado, parlamentares da própria base aliada têm dito que a reforma não vai ser aprovada nos moldes que foi enviada ao Congresso.
"Aquilo que o governo golpista chama de reforma da Previdência, os estudos que temos feito disso mostram que na verdade é um desmonte completo de todo o sistema previdenciário do Brasil", afirma Janeslei. Ela disse que ainda não tem estimativa do número de manifestantes no País nem a quantidade de trabalhadores que vão aderir ao movimento de greve. A CUT espera, entretanto, que haja mobilização e parada de trabalhadores em vários setores além da educação, como transporte e indústria.
Em Brasília, o ato está programado para ocorrer às 8 horas na Esplanada dos Ministérios. Em São Paulo, o protesto vai ocorrer a partir das 16h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Antes disso, às 14h, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realiza uma assembleia para discutir demandas da categoria na Praça da República. O sindicato incluiu a mobilização contra a reforma da Previdência no mesmo ato. Já no Rio de Janeiro, os manifestantes convocam o protesto para as 16h, na Candelária.