Governadores do NE querem mais diálogo com a União sobre Previdência

Paulo Câmara (PSB) participou da reunião e disse que "é relevante a sentar na mesa" para debater o assunto
Da editoria de Política
Publicado em 29/03/2017 às 14:33
Paulo Câmara (PSB) participou da reunião e disse que "é relevante a sentar na mesa" para debater o assunto Foto: Divulgação/Governo do Ceará


Os governadores do Nordeste passaram a manhã reunidos em Fortaleza, no Ceará, para debater assuntos de interesse da região. A Reforma da Previdência, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB), foi um dos temas da reunião. Ao fim do encontro, os gestores estaduais reclamaram da falta de diálogo da União com os estados.

"Os estados não foram convidados para discutir esse tema. Vamos aguardar como vai ser o desenrolar dessa discussão no Congresso Nacional. Cada estado fará discussão com a sua bancada", afirmou o anfitrião do encontro, Camilo Santana (PT-CE).

Na coletiva de imprensa, o governador Paulo Câmara (PSB) também se posicionou sobre a Reforma da Previdência e repetiu o que já vinha falando antes. "É preciso saber o que vai ser. Evidentemente, os governadores não foram convidados para conversar e é relevante sentar na mesa. É uma reforma importante e necessária para o Brasil e a gente está à disposição do governo federal para conversar", declarou. 

Com as proposições de alteração da PEC, como a retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma, o governador diz ser necessário um debate mais aprofundado. "A gente fica sem saber exatamente o que vai ficar com o Congresso, o que vai ficar com os estados. E é muito importante os governadores serem chamados para conversar também", completou. 

Paulo demonstrou preocupação com as questões regionais na discussão. "A gente tem muita preocupação principalmente com as peculiaridades da nossa região. Todos nós sabemos que o contingente de trabalhadores rurais está na região Nordeste. A gente precisa ter um olhar diferenciado. O Brasil é muito grande".

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Camilo Santana também falou sobre as restrições dos estados em relação a pontos da reforma apresentada pelo governo "principalmente no que diz respeito a aposentadoria rural, a questão da idade e também a questão que atinge as mulheres. Esse debate tem que ser aprofundado em relação a isso".

Para o governador Wellington Dias (PT-PI), a Reforma da Previdência tem ligação direta com a crise econômica.

"Na medida em que a economia crescia, caía o déficit da previdência. No momento em que tem o desemprego, aumenta o déficit da previdência", disse.

AUDIÊNCIA

Até o final do dia, os governadores vão divulgar um documento com as principais pautas debatidas durante o encontro no Ceará. Trata-se da "Carta de Fortaleza". Os governadores querem uma audiência com Temer e com os presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara dos Deputados. "Vamos levar uma proposta concreta para ser apresentada para o Brasil, não só para o Nordeste, que responda ao déficit da Previdência, ao aumento da capacidade de investimento", afirmou Wellington Dias.

Além da Reforma da Previdência, o encontro tratou de outros assuntos.

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