A reportagem apurou que as contas citadas pelo publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014), estão hoje bloqueadas nos bancos suíços e que elas foram alimentadas, segundo pessoas próximas à investigação, com dinheiro de campanhas na 'América Central e na América do Sul'.
João Santana e sua mulher Monica Moura confessaram o recebimento de valores não contabilizados da empreiteira Odebrecht por campanhas do PT.
Em Berna, o Ministério Publico Federal da Suíça também indicou que contas secretas no país eram usadas para financiar campanhas eleitorais e a suspeita dos investigadores era de que elas tenham sido alimentadas com recursos « criminosos.
Os suíços indicaram que contas suspeitas de alimentar campanhas foram bloqueadas. "Como parte das investigações sobre o caso Petrobrás/Odebrecht, o Escritório do Procurador Geral da Suíça também ordenou o bloqueio de uma conta que era mantida por uma empresa localmente domiciliada", informou o Ministério Público suíço.
"De acordo com as informações disponíveis, ela (a conta) foi usada para financiar campanhas políticas na América Central e na América do Sul", explicou o Ministério Público, já em meados de 2016.
Os suíços também indicaram que não estão investigando o suposto uso ilegal em campanhas, já que isso não seria de sua jurisdição Mas, para eles, é a origem suspeita dos recursos que levantou dúvidas.
"Qualquer doação ilegal para campanhas eleitorais e outros objetivos políticos devem ser assunto de investigação nos países concernidos e não são, portanto, do interesse direto das investigações conduzidas pelo Escritório do Procurador Geral", destacou o Ministério Público.
Segundo Berna, o Brasil fez na época um pedido de cooperação para ter acesso a esses dados e os documentos já foram transmitidos ao procuradores da Operação Lava Jato.
Segundo o MP suíço, em junho de 2016, 'em relação à sra Dilma Rousseff não existe nem um processo criminal e nem investigações conduzidas em relação a ela'.