A sexta-feira (28) foi marcada por manifestações em diversas capitais do país contra as reformas trabalhista e da Previdência propostas pelo governo federal. Houve confrontos entre policiais e manifestantes nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mas no restante das grandes capitais, poucas cenas de violência foram registradas durante os protestos.
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No Recife, a manifestação transcorreu de maneira pacífica, com o registro de apenas uma situação de vandalismo envolvendo a antiga loja do Habib's, localizada na Avenida Conde da Boa Vista, na Zona Central da cidade. Os manifestantes se concentraram na Praça do Derby e caminharam até a Praça da Independência levando cartazes e faixas protestando contra as duas reformas propostas pelo Planalto.
O Rio de Janeiro foi a que mais registrou notícias envolvendo confrontos entre os manifestantes e a polícia militar. Na tarde desta sexta, bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio foram lançadas contra uma multidão que se aglomerava na frente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A reação das pessoas que participavam do protesto foi fugir do local, enquanto alguns revidaram arremessando pedras para até os militares.
A capital carioca também presenciou vários ônibus sendo queimados ao longo do dia. 8 veículos foram incendiados no bairro da Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Manifestantes mascarados também quebraram agências bancárias e montaram barricadas durante o protesto. Outros dois atos na cidade tiveram registros de confronto com a polícia: um nas proximidades do Aeroporto Santos Dumont e outro perto da Rodoviária Novo Rio.
Na capital paulista, um confronto entre policiais da Tropa de Choque e os manifestantes foi registrado ao chegar nas proximidades da residência de Michel Temer, na Zona Oeste de São Paulo. As pessoas que participavam do protesto se depararam com um bloqueio policial a 100 metros de distância da residência do presidente e, ao tentar forçar essa barreira, foram alvos de bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha. Pedras foram arremessadas contra os policiais. No final da noite, um novo confronto foi registrado, mas desta vez no Largo do Batata, também na Zona Oeste de São Paulo.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, até o final da tarde desta sexta, foram detidas 36 pessoas em todo o estado, sendo 21 na capital, em ações durante os protestos, por motivos diversos. Destas, seis foram levadas por policiais militares ao 65º Distrito Policial (DP). Com elas, a polícia apreendeu um galão de combustível aberto, tochas e isqueiros.
Na capital federal, o ponto de concentração dos manifestantes ocorreu na Esplanada dos Ministérios. O ato ocorreu de forma pacífica e foi acompanhado por policiais militares.
Sob muita chuva, cerca de 100 mil pessoas, conforme dados da Central Única dos Trabalhadores em Minas Gerais (CUT-MG), participaram de passeata entre a Praça da Estação e a Praça Sete, ambas na Região Central de Belo Horizonte. Houve ainda paralisações e manifestações em cidades do interior de Minas Gerais, como Juiz de Fora (Zona da Mata) e Montes Claros (Norte), Uberlândia e Uberaba, ambos no Triângulo Mineiro.
Em Salvador, o protesto também ocorreu de maneira pacífica. O grupo fez uma caminhada levando diversos cartazes contra as reformas e gritaram palavras de ordem contra o presidente Michel Temer. A caminhada ocorreu até a Praça Castro Alves, localizada na Cidade Alta. Nenhum ato de vandalismo foi registrado até a noite de sexta-feira.
Em Fortaleza, professores, estudantes e outros membros da sociedade civil fizeram uma concentração na Praça Clóvis Bandeira, no Centro da cidade. Eles seguiram em direção até à Praça do Ferreira. Eles pediram por mudanças na PEC que altera as regras da Previdência e gritaram palavras de ordem contra o governo Temer.