O senador Aécio Neves anunciou, por meio de nota, na tarde desta qinta-feira (18), que irá licenciar-se da presidência do PSDB. O tucano foi apontado na delação do Joesley Batista, dono da JBS, como o receptor, em gravação anexada aos autos, de uma quantia de R$ 2 milhões que seria paga pelo empresário, para pagar despesas com defesa na Lava Jato. A gravação teria sido realizada pelo próprio empresário e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas.
Me dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida dedicada à política e aos mineiros em especial", escreveu o senador.
Segundo o parlamentar, ele sugeriu o nome de Tasso Jereissati para assumir a legenda. " O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo. Para isso, decidi licenciar-me hoje da Presidência do PSDB que ocupo há mais quatro anos com extrema honra e dedicação. O Brasil precisa que o PSDB continue a ser o fiador das importantes reformas que vêm mudando o país. Depois de ouvir inúmeros companheiros e seguindo o que determina o nosso Estatuto, estou apresentando à Executiva o nome do senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, para assumir nessa interinidade a presidência do partido.
Aécio ainda confirmou aguardar "com firmeza e serenidade" que as investigações ocorram. "Estou certo de que, ao final, como deve ocorrer num país onde vigora o Estado de Direito, a verdade prevalecerá e a correção de todos os meus atos e de meus familiares será reconhecida", finalizou.