Na semana em que Joesley Batista, dono da JBS, acusou o presidente Michel Temer (PMDB) de concordar com a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, petistas e aliados de várias partes do País reuniram-se na Câmara dos Vereadores do Recife para a abertura do 6º Congresso Estadual do PT-PE. Os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Humberto Costa participaram nesta sexta-feira (19) do evento, que contou ainda com a presença de nomes como o da vereadora Marília Arraes, dos ex-prefeitos João Paulo e João da Costa e do deputado estadual Sílvio Costa Filho (PRB).
Apesar de Batista também ter citado os ex-presidentes Lula e Dilma, bem como o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na sua delação, o que prevaleceu no primeiro dia do encontro foram os debates acerca da crise no governo Temer e da necessidade, segundo eles, da convocação de eleições diretas. Para Gleisi, a turbulência no Brasil só chegará ao fim depois da saída do presidente do poder.
“Ele (Temer) é ilegítimo já faz tempo. Deu um golpe na presidente Dilma, entrou como presidente sem votos e é agarrado ao poder, ao comando que está ali. Ele não tem noção do País, do que precisávamos para sair dessa crise. Após esse escândalo, o certo seria ele renunciar e o Congresso Nacional aprovar uma emenda constitucional convocando eleições diretas. Nada além do voto popular pode salvar o nosso País”, afirmou a senadora.
Na visão de Lindbergh Farias, uma eleição indireta seria um grande erro neste momento. “Nenhum presidente vai ter legitimidade sendo eleito só pelo Congresso Nacional. O País está numa crise gigantesca, é fundamental que alguém seja eleito com voto popular, seja quem for. Nós vamos ter o nosso candidato, eles o deles. Vamos disputar. Quem ganhar a eleição sai com apoio para tirar o País da crise. É um equívoco completo essa saída pela eleição indireta, o povo brasileiro não vai aceitar”.
Gleisi Hoffmann também disse acreditar que o governo do peemedebista não se sustenta por muito tempo. “Ele deve estar querendo ganhar tempo para tentar negociar uma saída, pois se ele perder o cargo e o processo for para a primeira instância, ele corre um sério risco de ir preso”, cravou.
Questionado se temia alguma delação, Farias foi enfático: “eu não tenho medo de nenhuma delação porque não fiz nada de errado. Quem tem que ter medo de delação é quem fez errado”, disse o senador.
Nestes sábado (20) e domingo (21), o congresso do PT-PE terá continuidade no Centro de Formação e Lazer do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social no Estado de Pernambuco (Sindsprev), em Bola na Rede, Paulista.