A Justiça Federal do Distrito Federal adiou pela terceira vez o retorno do analista financeiro Lucio Funaro ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, que estava marcado para esta sexta-feira (28). Dessa vez, o prazo para que ele permaneça na carceragem da Superintendência da Polícia Federal na capital foi prorrogado até o dia 11 de agosto.
Funaro foi preso preventivamente e levado para a Papuda há mais de um ano, mas foi transferido para a PF no início deste mês, o que facilita o contato com os procuradores responsáveis pela Operação Greenfield, que investiga fraudes e irregularidades na administração de quatro dos maiores fundos de pensão de empresas públicas do país: Funcef (Caixa), Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios).
Todos os três adiamentos do retorno de Funaro à Papuda foram concedidos pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que alegou a “necessidade de se colher novos esclarecimentos” a respeito de fatos revelados em outras duas operações, a Sépsis e a Cui Bono?, dentro das quais Funaro também é suspeito de participação em crimes.
A Operação Sépsis apura irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa. A Cui Bono? investiga fraude em operações financeiras autorizadas pela vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias e pela vice-presidência de Pessoa Jurídica da Caixa.
Funaro é testemunha-chave em processos que envolvem o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ex-ministros do governo do presidente Michel Temer, como Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), além do próprio presidente.
Segundo divulgado pela imprensa, ele estaria negociando um acordo de delação premiada com o MPF. Sua defesa, no entanto, não confirma as tratativas.