Comissão de Ética abre processo para investigar Bendine com base na Odebrecht

De acordo com Mauro Menezes, presidente da Comissão, Bendine terá 10 dias para dar informações
Estadão Conteúdo
Publicado em 31/07/2017 às 23:05
De acordo com Mauro Menezes, presidente da Comissão, Bendine terá 10 dias para dar informações Foto: Valter Campanato/Agência Brasil


A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu por unanimidade abrir um processo para apurar a conduta do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine, com base nas delações premiadas feitas pelos executivos da Odebrecht. Bendine foi preso na semana passada pela Polícia Federal. De acordo com o presidente da Comissão, Mauro Menezes, o ex-presidente da Petrobras terá 10 dias para dar informações. As manifestações podem ser enviadas pelos advogados.

Segundo Menezes, a comissão tem adotado a mesma prática em casos similares e, apesar de não fazer uma avaliação criminal dos fatos, a Comissão tem o dever de apurar condutas éticas. "A Comissão não trata de matéria criminal, mas tem obrigação e enxergar infrações éticas", disse.

Caso o colegiado decida que houve infração do ex-executivo ele pode sofrer uma sanção ética, que na prática seria apenas uma "mancha no currículo", já que ele não ocupa mais o cargo.

Na noite desta segunda-feira (31), o juiz Sergio Moro determinou a prisão preventiva de Bendine. Em seu pedido, o magistrado declarou que que a solicitação de propina é 'uma prática corriqueira' para o executivo.

"De particular gravidade, a solicitação e o recebimento, em cognição sumária, de vantagem indevida em dois momentos temporais e circunstanciais distintos. Teria solicitado vantagem indevida no cargo de Presidente do Banco do Brasil e teria reiterado a solicitação depois de assumir o cargo de Presidente da Petrobras", afirmou Moro, no despacho em que converteu a prisão temporária de Bendine em preventiva, ou seja, sem prazo para terminar.

Defesa

O advogado de Bendini, Pierpaolo Bottini, disse que seu cliente ainda não foi notificado pela Comissão de Ética da Presidência, mas reiterou a disposição de Bendini em prestar esclarecimentos. "O Ademir Bendini esta à disposição para esclarecer os fatos e demonstrar a regularidade da sua gestão a frente das instituições que presidiu", disse.

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