A defesa do presidente Michel Temer pediu, nesta sexta-feira (4), ao ministro Edson Fachin que não autorize a inclusão do peemedebista no inquérito que apura o chamado "quadrilhão do PMDB". Para o advogado de Temer, a medida é "inadequada" porque "não foram apresentados os elementos indispensáveis para que se instaure uma investigação criminal".
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), no mesmo dia do arquivamento da denúncia por corrupção passiva, que o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) sejam incluídos no rol de investigados de um inquérito já instaurado contra membros do PMDB na Câmara dos Deputados no âmbito da Operação Lava Jato
Na ocasião o PGR afirmou que a organização criminosa investigada a partir da delação da JBS é apenas um "desdobramento" da que já era investigada no inquérito que engloba 15 parlamentares, ex-parlamentares e assessores do PMDB.
Segundo Janot, "o avanço nas investigações demonstrou que a organização criminosa investigada no Inquérito 4.483 na verdade, ao que tudo indica, é mero desdobramento da atuação da organização criminosa objeto dos presentes autos. Por isso, no que tange a este crime específico (organização criminosa), mostra-se mais adequado e eficiente que a investigação seja feita no bojo destes autos do Inquérito 4.327 e não do Inquérito 4.483",
Para Mariz de Oliveira, advogado de Temer, " pretende-se um novo procedimento investigatório. E, após, outro, e mais outro e tantos mais, com evidente desprezo pela governabilidade e pela tranquilidade da nação".
Com o arquivamento da denúncia por corrupção passiva, Temer ainda pode enfrentar outras denúncias a serem apresentadas por Janot até setembro, mês em que ele deixa a Procuradoria-Geral da República. O ministro Edson Fachin não tem prazo para incluir o nome de Temer no inquérito do PMDB.