Enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) não homologa a delação do operador do PMDB, Lúcio Funaro, algumas informações do depoimento que pode incriminar líderes do PMDB, inclusive o presidente Michel Temer começam a ser 'vazadas' pela imprensa. Nesta quinta-feira (31), o jornal O Globo confirmou, ao delatar, Funaro afirmou ter recebido dinheiro de Joesley Batista para ficar em silêncio enquanto estava preso.
A informação é um dos tantos detalhes importantes que podem 'rechear' a denúncia por obstrução à justiça que deverá ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer.
Num depoimento à Polícia Federal no mês passado, antes de fazer acordo de delação, Funaro confirmou os pagamentos, mas disse que se tratavam da quitação de uma dívida antiga. Ele teria dinheiro a receber de Batista porque intermediou negócios da JBS. A informação agora é contraposta à nova versão, que deverá ser confirmada nos próximos dias.
Com avanço das ações da Polícia Federal (PF), inclusive prendendo a irmã do doleiro, Roberta Funaro, Lúcio estaria sem alternativa e fechado o acordo de delação mesmo com a suposta pressão exercida por meio dos pagamentos e de Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer que chegou a ser preso.
Segundo o Globo, Geddel seria um dos interlocutores de Temer junto a Joesley Batista. Ele teria sido substituído no papel pelo ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, conforme acerto registrado na conversa entre Temer e Batista em de março, no Jaburu, encontro ocorrido à noite e fora da agenda oficial do presidente.
A nova denúncia contra Michel Temer é esperada para até a semana que vem. O presidente interino da Câmara dos Deputados, André Fufuca (PP-MA), disse "respeita rigorosamente o regimento, então, não há segredo. Se a denúncia for feita enquanto eu estiver na interinidade, nós daremos prosseguimento".
Fufuca fica na presidência até o próximo dia 6, caso a denúncia seja apresentada até esse dia, ele deverá dar prosseguimento ao mesmo trâmite ao qual foi submetida a primeira denúncia por corrupção passiva contra Temer. Rodrigo Janot fica à frente da PGR até o próximo dia 17.