O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, chamou de "espetacularização" os episódios envolvendo a delação de Joesley Batista, da JBS, que culminou com a denúncia do presidente Michel Temer, e disse que esses fatos atrapalharam a economia e o andamento da reforma da Previdência.
"De fato, rigorosamente, todos esses episódios contribuíram muito para que a situação econômica não tivesse o ganho que poderia ter. Os números que temos hoje poderiam ser muito maiores", disse, ao deixar o desfile em celebração de 7 de setembro. "A reforma da Previdência, se não tivesse havido toda essa espetacularização, já poderia ter sido votada", acrescentou
Moreira disse esperar uma postura de serenidade e cautela do Supremo Tribunal Federal. "A expectativa que eu tenho é que essa questão seja cuidada com muita cautela e serenidade no Poder Judiciário e que nós possamos dar continuidade ao esforço de garantir a aprovação da reforma da Previdência", declarou.
O ministro destacou, ainda, que os dados positivos da economia, como inflação e juros em queda, são parte de um esforço do governo e afirmou que, sem o ajuste das contas, a União pode ter a mesma situação fiscal do Rio de Janeiro, seu reduto eleitoral. "Se nós não tivermos as finanças públicas da União bem ajustadas, não vamos ter resultados e há sempre a hipótese de se ter o replique no governo federal do que acontece no Rio de Janeiro", disse.
Moreira evitou responder sobre estratégias jurídicas do presidente e disse que tudo está sendo avaliado pelo advogado Antonio Claudio Mariz.