O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou às 13h45 à Justiça Federal, em Curitiba, para ser interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, nos processos da Operação Lava Jato, sobre acerto de R$ 12 milhões de propinas da Odebrecht em benefício próprio.
O ex-presidente foi ovacionado e escoltado por militantes e lideranças petistas. Cerca de 300 apoiadores estão nos pontos de bloqueio feitos pela Polícia Militar, nas ruas próximas ao prédio da Justiça.
Lula chegou de carro, desceu para abraçar e cumprimentar os manifestantes, e voltou para o veículo. Aplaudido, ele passou por um corredor de petistas e policiais até a entrada da Justiça, que só pode ser acessada por quem tem audiências marcadas ou trabalha no local.
O ex-presidente será interrogado em ação penal em que é acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo recebimento de propinas da Odebrecht, de forma dissimulada, com a doação de um terreno de R$ 12 milhões para o Instituto Lula e de um apartamento de R$ 500 mil vizinho ao que ele mora, em São Bernardo do Campo (SP). O Ministério Público Federal sustenta que era contrapartida por contratos na Petrobras.
Lula foi condenado por Moro em julho no processo do triplex do Guarujá (SP) a 9 anos e 6 meses de prisão - ele recorre em liberdade - por receber propinas da OAS.
Além de Lula, Moro ouve nesta quarta-feira (13) o depoimento do ex-assessor de Palocci Branislav Kontic. O ex-presidente será interrogado primeiro. Em maio, a audiência durou cerca de 5 horas.
O PT espera 5 mil pessoas para um ato em defesa do ex-presidente marcado para as 19h, na Praça Generoso Marques, na região central de Curitiba. Desde cedo, os cerca de 40 ônibus com manifestantes chegam à cidade. Os apoiadores concentram-se no local do evento e no entorno do prédio da Justiça Federal, que está bloqueado.
Cerca de 1 mil policiais fecharam as ruas de acessos às 19h30 e só moradores, imprensa e quem trabalha ou precisa ir ao fórum pode entrar no perímetro. Em maio, no primeiro depoimento de Lula, cerca de 10 mil pessoas invadiram Curitiba, para manifestações.