O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, holding da JBS, será incluído na denúncia por obstrução à justiça e organização criminosa junto com o presidente Michel Temer. Segundo a Folha de São Paulo, com a perda da imunidade, por conta da ocultação de provas, o empresário será incluído no chamado "quadrilhão do PMDB da Câmara", que teve a denúncia finalizada por Rodrigo Janot nessa quarta-feira (13).
Joesley está preso desde o último domingo (10) junto com o empresário Ricardo Saud. A prisão, de caráter temporário, expira nesta sexta-feira (15) e poderá ser renovada. Joesley teve decretado o pedido de prisão preventiva assim como o irmão, Wesley Batista, por conta de fraudes no mercado financeiro após a divulgação da delação da JBS.
Ao menos o delator Joesley também será acusado. Isso não seria possível se a imunidade negociada em maio continuasse valendo. Pelo acordo, o Ministério Público abriria mão de denunciar os executivos da JBS à Justiça em troca das informações e provas que eles entregaram.
Como uma cláusula do acordo de delação premiada prevê a perda de benefícios aos delatores pela omissão de informações, a Procuradoria-Geral da República acredita que é possível aplicar a hipótese ao caso de Janot.
Joesley Batista e Ricardo Saud entregaram ao Ministério Público áudios que até então não tinham sido entregues ao órgão mesmo com o andamento do acordo de delação. Com isso, os executivos perderam os benefícios conquistados. Logo após o episódio, a Justiça Federal decretou a prisão preventiva dos irmãos Batista por crimes cometidos no mercado financeiro.