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Paulo Câmara: PSB não pode aceitar filiados que apoiam governo Temer

Processo de expulsão de parlamentares do PSB, entre eles, do ministro Fernando Filho, foi impedido na segunda (16) por meio de liminar
Editoria de Política
Publicado em 17/10/2017 às 11:39
Até 2017, FBC (E) e Fernando Filho (D) eram filiados ao PSB do governador Paulo Câmara. Miguel Coelho, prefeito de Petrolina, deixou a sigla apenas em 2019 Foto: Edmar Melo / Acervo JC Imagem


Um dia após reunião da Executiva Nacional do PSB que iria deliberar sobre a expulsão de quatro parlamentares dissidentes, entre elas, o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, o governador Paulo Câmara (PSB), afirmou que não há espaço para os filiados que "insistirem" em apoiar o governo de Michel Temer (PMDB). 

"Somos oposição. Cabe as pessoas que não concordam com isso fazer uma avaliação e ver o rumo que vão tomar. Dentro do PSB há uma decisão muito majoritária em relação à oposição ao governo Temer e a gente não pode concordar que filiados queiram insistir em continuar apoiando um governo que não tem compromisso com o povo.", disparou Paulo, que é vice-presidente nacional da sigla. A declaração foi dada durante durante lançamento do edital de licitação da Adutora de Serro Azul, nesta terça-feira (17).

Uma liminar do Distrito Federal impediu o PSB de prosseguir com o processo de expulsão do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina e dos deputados Danilo Forte e Fábio Garcia. Eles vem adotando uma postura favorável ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) nas votações da Câmara. O juiz Hilmar Castelo entendeu que o PSB não cumpriu o prazo de oito dias entre a convocação e a reunião do diretório nacional, previsto no estatuto. A reunião da executiva nacional foi então remarcada para o dia 26 de outubro.

Os atritos do ministro Fernando com PSB tiveram início desde quando o partido desembarcou da base aliada do governo no mês de maio deste ano. Mas Fernando permaneceu no Ministério, alegando que havia sido indicado pela bancada socialista e não pela Executiva. A sigla havia fechado questão contra as Reformas Trabalhista e da Previdência. Na votação da Reforma Trabalhista, os quatro parlamentares que estão passando por processo de expulsão votaram a favor do governo.  

Paulo Câmara reforçou o PSB como oposição ao governo Temer com o discurso de polarização. "É importante que todos os filiados tem que concordar e ter uma visão do partido como um todo. O partido prega um País mais justo, menos desigual. Claramente esse governo não está priorizando aquilo que é fundamental, não tem políticas públicas que cheguem a todos", disse Paulo.

Ele ainda acusa indiretamente o presidente Michel Temer por se preocupar "mais com sua sobrevivência política do que com o bem estar da população", alfinetou o governador. "Isso tudo nos preocupa e o PSB é uma voz crítica a isso, não concordamos com a forma que o governo está sendo conduzido no âmbito federal. Somos oposição", contou. 

Destituição da líder

Com a impossibilidade analisarem os processos disciplinares contra os parlamentares no Conselho de Ética, o PSB recomendou na noite dessa segunda-feira (16) a destituição imediata da líder Tereza Cristina. A liminar atrasou o plano do PSB de trocar membros da CCJ antes da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer por organização criminosa e obstrução da justiça. 

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