O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, entregou na manhã desta quarta-feira, 25, seu pedido de desfiliação ao PSB. A informação foi confirmada pelo partido e pela assessoria do pernambucano.
Já existia a possibilidade de ele ser expulso da sigla por permanecer apoiando o governo Michel Temer, após o PSB virar oposição. “Ajustes como este são necessários em partidos que não querem se descaracterizar e desmerecer sua história”, disse o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
O ministro foi exonerado na última semana para retomar seu mandato na Câmara e ampliar a base de apoio a Michel Temer na votação da segunda denúncia em plenário. Sob ameaças de punição do partido, os deputados dissidentes decidiram se desligar do PSB para manter o voto favorável ao governo em plenário.
Na carta atesta-se que a saída se deve a “incompatibilidade política, ideológica e programática”. À reportagem, a assessoria do ministro diz que ele não vai se pronunciar por hora. Já o PSB afirma que não vai pedir o mandato de deputado federal de Fernando Filho. O pai do ministro, o senador Fernando Bezerra Coelho também saiu do PSB, em setembro, e se filiou ao PMDB de Temer.
Outros quatro deputados já tinham encaminhado seus pedidos de desfiliação ao PSB: Tereza Cristina (MS), Fábio Garcia (MT), Danilo Forte (CE), e Adilton Sachetti (MT). Com as cartas entregues, a reunião da próxima sexta-feira, que iria discutir a possível expulsão dos parlamentares está cancelada.
Os deputados fazem parte da ala “rebelde” do PSB, mais alinhada ao governo Temer. Em seu reposicionamento à esquerda, o partido 'abriu fogo' contra o grupo de 14 parlamentares, que foi muito cortejado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e até mesmo por Temer.
O racha ficou mais evidente na votação da primeira denúncia contra o presidente Michel Temer, quando dois deputados do partido votaram a favor de Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e no plenário. Semana passada, a deputada Tereza Cristina foi destituída da condição de líder do partido na Câmara. Assumiu em seu lugar, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que mudou os integrantes da CCJ para garantir votos favoráveis à segunda denúncia contra Temer.
Nos bastidores se cogita que Fernando Filho deve migrar para o DEM. Próximo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Bezerra Filho pode disputar o governo de Pernambuco em 2018.
Para isso, ele ainda deve buscar apoio dos ministros da Educação, Mendonça Filho (DEM), e das Cidades, Bruno Araujo (PSDB), que estarão no palanque de oposição ao governador Paulo Câmara (PSB).