Em mais uma "reunião aberta", desta vez com uma plateia de prefeitos, o presidente Michel Temer voltou a dizer que ainda será preciso contar os votos para ver se a reforma da Previdência tem chances de ser aprovada e afirmou que se o projeto não avançar pode haver uma deterioração da economia. "Eu temo que, se não conseguirmos aprovar (a reforma da Previdência) em qualquer momento, a economia responda negativamente. Isso não é bom para o país", afirmou.
Apesar de já ter admitido que a reforma pode ficar para o ano que vem, o presidente disse que na semana que vem terá "mais tempo" para tentar alcançar os 308 votos necessários. "Não sabemos se vamos votar Previdência agora, vamos ver o numero de votos", comentou.
Temer destacou ainda que a aprovação da medida vai evitar "um desastre" e citou como exemplo países como Grécia e Portugal e que o governo brasileiro está tomando essa "cautela". "Lá houve acordo de aposentadorias e pensões de 20%, 30%. Houve cortes de vencimentos de 20, 30%. Porque não se tomou a cautela que agora nós estamos tomando, de fazer uma reforma mediana, uma reforma razoável pata que isso não venha a acontecer em brevíssimo tempo", afirmou. "Se não fizermos a reforma da Previdência agora, daqui a dois, três anos, não tenha nenhuma ilusão alguma, vai ter que fazê-la de uma maneira muito mais radicalizada", completou.
O presidente repetiu os argumentos de que a reforma "não prejudica ninguém", que é preciso se fazer esclarecimento sobre inverdades para convencer a sociedade e os parlamentares. "Quem esta no Legislativo tem que ecoar as vontades da sociedade. Para que esse eco se dê nas casas legislativas é preciso esclarecer o que é a reforma da Previdência", declarou.
Ao criticar o que classifica como inverdades a respeito da reforma, o presidente citou "memes" da internet dizendo que as pessoas vão morrer sem se aposentar. "Durante muito tempo a internet produziu uma caveirinha dizendo 'ainda não me aposentei'."
Temer aproveitou o evento em defesa da reforma para destacar o repasse acertado de R$ 2 bilhões aos municípios até o fim deste mês, citou a divisão da multa da repatriação com municípios e disse que essas medidas foram tomadas por conta da "angústia" dos municípios.
"Como conseguimos fazer a economia crescer foi possível esse ano ter R$ 2 bi para os prefeitos fecharem seus balanços", disse. O presidente afirmou que acredita que as prefeituras ainda terão problemas de caixa nos próximos anos e, ao pedir que prefeitos se empenhem e cobrem parlamentares pela aprovação da reforma, disse: "Se a economia continuar a crescer nós repetimos ou aumentamos a dose para municípios no ano que vem".
O presidente repetiu que a recuperação da economia tem como resultado a "coragem e ousadia" de seu governo e afirmou que em apenas um ano e meio teve a "coragem de fazer as reformas necessárias". "Fizemos com que as reformas saíssem do papel", disse. O presidente repetiu que depois da reforma da Previdência "ainda faremos no País a simplificação tributaria".
Ao pedir "empenho e entusiasmo" para os prefeitos, Temer disse ainda: "Se aprovarmos a reforma da Previdência, o País dará um salto e todos irão aplaudir."