Marun e líderes minimizam possibilidade de 3ª denúncia contra Temer

Apesar do discurso oficial, prisão de amigos de Temer foi vista nos bastidores como indicativo de que Dodge possa apresentar nova denúncia contra ele
Estadão Conteúdo
Publicado em 01/04/2018 às 22:01
Apesar do discurso oficial, prisão de amigos de Temer foi vista nos bastidores como indicativo de que Dodge possa apresentar nova denúncia contra ele Foto: Fotos: Alan Santos/PR


Depois de se reunirem com o presidente Michel Temer, no Palácio do Jaburu, neste domingo (1º), líderes da base aliada do governo e o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), mostraram discurso alinhado sobre a possibilidade de a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma terceira denúncia contra o emedebista. Tanto Marun, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), e o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), negaram que isso vá acontecer.

O mais enfático foi Marun. "Não existe terceira denúncia. Seguimos governando e não trabalhamos com a hipótese da terceira denúncia", disse antes de minimizar a possibilidade da investigação contra Temer contaminar os trabalhos no Congresso. "Não acredito que o Parlamento volte fervendo em função de prisões para colher depoimentos. A ideia é que nesta semana seja votada a reoneração (da folha salarial) no Congresso".

Perondi repetiu o discurso e afirmou que o risco de uma terceira denúncia é "baixo". Romero Jucá foi o menos enfático, mas disse que Temer está "tranquilo" e não é "presidente pato manco". "Não tratamos de (eventual) terceira denúncia (contra Temer) na reunião. Temer está tranquilo e preocupado em governar. Não se pode pensar em cima de conjectura. O governo não está focado em terceira denúncia. Presidente que está em pleno exercício de seu poder não é pato manco", afirmou.

Presidente nacional do MBD, Jucá também aproveitou para reafirmar as intenções do partido de lançar a candidatura do presidente à reeleição. "Se depender de nós, do MDB, ele será candidato à reeleição. Ele (Temer) ainda não definiu (a candidatura), mas está trabalhando nessa direção. Eu defendo que Temer tem que ir mesmo para o palanque", complementou.

Prisão de amigos de Temer

Apesar do discurso oficial, a prisão do ex-assessor José Yunes e de outros amigos de Temer foi vista nos bastidores como um indicativo de que a procuradora-geral, Raquel Dodge, possa apresentar nova denúncia contra o presidente. Se isso ocorrer, a avaliação no Planalto é que as pretensões eleitorais de Temer seriam minadas. Ele teria novamente que se dedicar a barrar o avanço da investigação na Câmara.

A reunião deste domingo contou também com a presença dos ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria Geral, Moreira Franco, e do Planejamento, Dyogo Oliveira. O objetivo era sacramentar a ida de Oliveira para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e definir seu sucessor no Ministério do Planejamento. O escolhido foi o secretário-executivo da Pasta, Esteves Conalgo Júnior.

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