'Joaquim Barbosa não sabe nem o que é um orçamento público', diz Marun

Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun ainda criticou Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva e lembrou que Lula está preso
Da editoria de Política
Publicado em 17/04/2018 às 10:21
Ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun ainda criticou Bolsonaro, Ciro Gomes, Marina Silva e lembrou que Lula está preso Foto: EVARISTO SA / AFP


Ao avaliar os pré-candidatos a presidente, na manhã desta terça-feira (17), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa "não sabe nem o que é um orçamento público". Barbosa aumentou suas chances de ser o candidato do PSB à Presidência da República após os resultados da pesquisa Datafolha divulgada no domingo, 15, na qual ele apareceu em terceiro ou quarto lugar na disputa, oscilando entre 8% e 10% da média de intenções de voto.

"O Lula está preso, Bolsonaro é de extrema direita, não representa interesses nacionais, ele sabe dizer sobre o que é contra, mas não o que é a favor. Depois o Joaquim Barbosa que, com todo o respeito, não sabe nem o que é um orçamento público e Marina Silva que é de um radicalismo ecológico que não representa o Brasil", disse Marun em entrevista à Rádio Jornal.

Para Carlos Marun, o governo defende nomes de “bom senso” para as eleições de 2018. “Nosso projeto político é o projeto do bom senso. Candidaturas que reconheçam que o Brasil melhorou muito nesses últimos dois anos. Mas essas candidaturas não estão conseguindo sair do chão”, completou. Ex-líder do governo Temer, Marun defendeu o presidente a quem ele acha que está fazendo o “melhor governo da história por hora de mandato”

Ouça a íntegra da entrevista

Barbosa ainda não anunciou oficialmente se será candidato, o partido quer fazer o nome e imagem dele chegarem às cidades de interior por meio das redes sociais. Alguns integrantes da legenda já começaram essa estratégia no domingo mesmo, quando divulgaram vídeo pelas redes sociais e WhatsApp contando a história pessoal e trajetória profissional do ex-ministro. Além disso estratégias locais criam resistência à candidatura do ex-ministro. Em Pernambuco, o PSB pode andar com o PT, já em São Paulo, Márcio França (PSB) quer apoiar Geraldo Alckmin. 

Homem de confiança de Michel Temer, Marun disse que as denúncias contra o presidente são uma "conspiração para tentar derrubar o presidente". Ele também admitiu dificuldade para aprovar pautas no Congresso como a capitalização (venda de parte das ações para investidores privados) da Eletrobras e reforma da Previdência, por ser um ano eleitoral. "O convencimento (do Congresso) em tempo eleitoral é mais difícil. Infelizmente nossa prática política faz com que a população vá atrás de mentiras", destacou o ministro.

Ele também afirmou que a ideia de entrar com um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso está abortada por enquanto. O emedebista, contudo, voltou a disparar contra o ministro do Supremo, que é relator do inquérito sobre o Decreto dos Portos, ao qual responde o presidente Michel Temer (MDB). “Eu entendo que o senhor Barroso tem se contaminado por preferências políticas, por amizades políticas. (Ele) Tem desrespeitado a Constituição em suas decisões”, disparou Marun.

Apesar de avaliar como “justo” o pedido de impedimento, o ministro, que havia anunciado que deixaria a Secretaria de Governo e retornaria para a Câmara dos Deputados para entrar com o processo contra Barroso, afirmou que o presidente Temer não vê como esse pedido ser desvinculado ao governo. “Mesmo que eu deixe o ministério e assumisse o mandato de deputado federal, Temer acredita que não há como essa separação acontecer. O governo nesse momento não tem interesse no impeachment”, disse o emedebista.

MDB EM PERNAMBUCO

Sobre o processo de dissolução do diretório estadual do MDB em Pernambuco, Marun disse que não agrada o partido estar ligado ao PSB, que faz críticas a Temer. Hoje, o presidente do MDB, Romero Jucá, quer tirar o comando de Raul Henry e passar o comando da sigla para o senador Fernando Bezerra Coelho, que faz oposição a Paulo.

"Não acho que partido deva ser colcha de retalhos, não fico feliz quando vejo Renan Calheiros apoiando abertamente o PT em Alagoas, nem o Eunício Oliveira apoiando o governador petista. Acho que isso não soma. Em cada lugar se aplaude que os partidos atuem nos estados em conformidade com suas conveniência regionais, não sou favorável a isso. Essa proximidade do MBD com um governo que nos critica muito não agrada. Então o Romero Jucá tentou construir uma outra opção onde tivéssemos candidato a governador e o deputado Jarbas ao Senado, infelizmente as negociações não foram positivas. Ainda assim, não faço crítica direta nem a um lado, nem ao outro", disse.

PAUTA ECONÔMICA

Ainda durante a entrevista, Marun defendeu a Reforma da Previdência sob o argumento de que “se a gente vive mais, temos que trabalhar mais”. Ele acredita que a decisão sobre a reforma vai agora para o palanque. “Nosso governo é o da verdade. Não estou aqui pra mentir. Melhor reforma política é o político ser obrigado a dizer a verdade e não enganar a nação. Essa reforma terá que ser feita”, frisou.

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