O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que disputa a pré-candidatura do MDB à Presidência da República com o presidente Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira, 25, que não é um "político tradicional" e que sua eventual candidatura ao Planalto representa uma "renovação" no cenário nacional.
Após palestra a uma plateia de 130 empresários do Conselho das Câmaras de Comércio e Indústria dos países da União Europeia no Brasil (Eurocâmaras), o emedebista afirmou que sua pré-candidatura "é viável" e reforçou que se embasa em pesquisas qualitativas sobre o perfil de presidenciável que o eleitor brasileiro espera neste ano.
"Representa uma renovação a minha candidatura porque eu tenho sim uma experiência em serviço público grande no Banco Central e no Ministério da Fazenda, mas eu não sou político tradicional. Não sei se é bom ou ruim", disse o ex-ministro. "O fato concreto é que representa uma renovação, se esse por acaso for definido como o desejo majoritário dos eleitores certamente será um fator favorável", declarou.
Perguntado se estava se inspirando no ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB), que se elegeu em 2016 com o discurso de que não era político, Meirelles afirmou que estava se espelhando em sua própria trajetória.
O ex-ministro afirmou que está conversando com Michel Temer e que no momento oportuno será definido qual dos dois será o candidato do MDB na corrida presidencial. Ele declarou que Temer tem o "direito legítimo e legal" de ser candidato. "Evidente que durante o processo nós estaremos conversando frequentemente e em um certo momento chegaremos a uma conclusão de qual é a melhor composição para de fato ter uma chapa vencedora."
Ele evitou responder se considera seu nome melhor que o do presidente Temer. Afastando a possibilidade de ser candidato a vice, Meirelles afirmou que apoiará o candidato de seu partido, seja qual for a decisão da legenda.
Meirelles também disse que não é o "candidato do mercado". "Eu sou o candidato da modernidade, do avanço contra o atraso", declarou. Dizendo estar otimista que as eleições resultarão na escolha de alguém com a pauta reformista, ele citou a possibilidade de o crescimento econômico do País ser afetado pelo processo eleitoral e pelo resultado da eleição.
O ex-ministro disse ainda que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, filiado ao PSB, precisa deixar claro o que pensa para que uma avaliação sobre sua possível candidatura seja feita. "O que eu penso é claríssimo, agora, no caso dele, no devido tempo, se for candidato, vai ter que deixar claro."
Henrique Meirelles afastou a possibilidade de uma aliança entre o MDB e o PSDB em São Paulo. Ele afirmou que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf (MDB), é um bom candidato e está bem nas pesquisas, o que não permite ao partido abrir mão de ter candidato próprio em favor de uma coligação.
Em pesquisa Ibope divulgada ontem, Meirelles aparece com 0% e 1% das intenções de voto entre eleitores paulistas. O ex-ministro afirmou que é "muito cedo" para definir todo o processo eleitoral. Em sua palestra, o presidenciável disse que o País fará uma "escolha melhor" do que as pesquisas apontam neste momento.