Os executivos e delatores da J&F, holding que controla a JBS, Joesley Batista e Francisco de Assis foram denunciados na manhã desta quarta-feira (16) pelo Ministério Público Federal (MPF). Segundo informações divulgados pelo jornal O Globo, ambos são acusados de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, violação de sigilo funcional e embaraço à investigação no episódio de suposta compra do procurador da República, Ângelo Gourlart, suspeito de ter recebido ajuda de custo da J&F para vazar informações internas da Procuradoria da República do Distrito Federal para investigados.
A acusação contra Joesley e Francisco rompeu a imunidade adquirida no ano passado. Uma vez que, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot concordou com um acordo onde os delatores não seriam punidos em troca das delações efetuadas.
O MPF ainda denunciou à Justiça o atual presidente da OAB do Distrito Federal, Juliano da Costa Couto, pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, e mais duas pessoas: Willer Tomaz por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional e André Gustavo por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional.
Antes de deixar o cargo de procurador, Janot recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o rompimento de acordo de delação desses executivos da J&F sob a alegação de eles terem omitido informações da colaboração. A decisão estão nas mãos do ministro Edson Fachin, relator do caso no STF. Contudo, achin ainda decidiu sobre o rompimento do acordo.
Em nota, a defesa de Joesley Batista disse afirmar que recebe a notícia da denúncia com estranheza, apesar de não ter tido acesso à acusação.
"Se confirmado o oferecimento de acusação usando fato denunciado pelo colaborador contra o próprio colaborador, verifica-se grave desrespeito à lei e às cláusulas do acordo de colaboração, firmado entre a PGR e Joesley Batista, que preveem a não denúncia", afirmou.
"Há menção expressa pela Procuradora-Geral da República de que, enquanto o STF não se manifestar sobre a rescisão do acordo, a denúncia não pode ser recebida contra o colaborador. Então é um contrassenso os procuradores da República oferecerem essa denúncia neste momento. Só há uma explicação: ou desconhecem que o acordo não está rescindido ou desconhecem a manifestação da PGR", completou.