O juiz Sérgio Moro chegou antes das 8h desta quinta-feira (1°), ao Rio de Janeiro, para a reunião com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na casa do militar da reserva, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital. Cotado para o cargo de ministro da Justiça, o juiz responsável pelos principais processos judiciais da Operação Lava Jato desembarcou diretamente na pista de pouso, de onde partiu para a casa de Bolsonaro em carro da Polícia Federal (PF) e falou apenas com a Rede Globoque o acompanhou na viagem.
De acordo com o site G1, o magistrado disse que a motivação de seu encontro com Bolsonaro se dá em razão do País precisar de uma agenda anticorrupção e contra o crime organizado
"Se houver a possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro", disse Moro à reportagem da Globo. Durante o voo, o juiz chegou a dizer que ainda não há nada definido. "Ainda vai haver a conversa", emendou.
Na tarde desta quarta-feira, 31, a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, disse que Moro aceitará o convite de Bolsonaro porque assumirá um ministério da Justiça ampliado.
O grupo mais próximo de Bolsonaro anunciou na última terça-feira (30) o formato do Ministério do futuro governo. Citado pelo próprio presidente eleito como um "grande símbolo" da luta contra a corrupção e possível titular da pasta da Justiça - o juiz Sérgio Moro admitiu que poderá aceitar o convite caso ele seja feito. "Tudo depende de conversar para ver se há convergências importantes e divergências irrelevantes", disse Moro ao jornal O Estado de S. Paulo.
O juiz federal foi cotado pelo presidente eleito também para uma vaga no Supremo Tribunal Federal - durante o mandato de Bolsonaro serão abertas duas vagas na Corte por aposentadoria compulsória, a do ministro decano Celso de Mello, em novembro de 2020, e a de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Em nota divulgada nesta terça-feira, 30, Moro disse que ficou "honrado" com a lembrança de seu nome para os dois postos. "Sobre a menção pública pelo sr. presidente eleito ao meu nome para compor o Supremo Tribunal Federal quando houver vaga ou para ser indicado para Ministro da Justiça em sua gestão, apenas tenho a dizer publicamente que fico honrado com a lembrança. Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão."