Na véspera da greve nacional em defesa da educação, prevista para esta quarta-feira (15), o governo federal vive um impasse. De acordo com o portal UOL, líderes partidários reunidos com Bolsonaro nesta terça-feira (14) disseram que o presidente pediu para rever o congelamento de parte de recursos de universidades. Minutos depois, porém, o Ministério da Educação (MEC) e a Casa Civil vieram a público para negar a informação.
"O presidente Jair Bolsonaro ligou para o ministro Abraham Weintraub na nossa frente e pediu para rever [os cortes]. O ministro tentou contra-argumentar, mas não tem conversa", disse o líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (PSL-GO), ao UOL.
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Segundo o portal, o MEC e a Casa Civil do governo negaram a informação, que foi confirmada por quatro líderes partidários.
"O Ministério da Educação esclarece que a informação [de que os cortes foram suspensos] não procede", informou a pasta em nota.
"Não procede a informação de que haverá cancelamento do contingenciamento no MEC. O governo está controlando as contas públicas de maneira responsável", disse a Casa Civil por mensagem após publicação de primeira versão da reportagem do UOL.
Protestos contra o contingenciamento
Ocorre, nesta quarta-feira (15), a greve nacional da educação, que foi convocada pelas entidades da educação e centrais sindicais em resposta aos cortes de verbas anunciados pelo Ministério da Educação.
Em Pernambuco, professores das universidades públicas do Estado já anunciaram que vão aderir à mobilização. Na última quinta-feira (9), as Associações de Docentes da Universidade Federal de Pernambuco (Adufepe) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Aduferpe) e o Sindicato dos Servidores dos Institutos Federais de Pernambuco (Sindssif-PE) decidiram participar dos atos programados para esta quarta-feira (15).
Câmara convoca ministro da Educação
Em uma articulação rápida, deputados da oposição e do Centrão impuseram mais uma derrota ao governo de Jair Bolsonaro ao conseguirem aprovar a convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao plenário da Casa já nesta quarta-feira (15) para explicar os cortes nos orçamentos das universidades federais.
De autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), a convocação foi aprovada por 307 votos a favor e 82 votos contra. A aprovação foi comemorada pela maioria dos partidos, com exceção do PSL. O pedido foi incluído na pauta da Casa durante a reunião de líderes no meio da tarde. Assim que o encontro acabou os deputados seguiram para o plenário e colocaram a medida em votação.
Weintraub será sabatinado nesta quarta-feira (15), o horário ainda não está definido. Ele é praticamente obrigado a comparecer, diante de uma medida como esta. Com a convocação, as comissões da Câmara devem suspender suas atividades amanhã, para que os parlamentares possam participar, inclusive o colegiado que analisa a reforma da Previdência.