O ministro da Educação, Abraham Weintraub, causou polêmica nas redes sociais nesta quinta-feira (27) ao comparar as drogas encontradas no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. Segundo ele, "no passado" a mesma aeronave transportava "drogas em maior quantidade". Em seguida, questiona o peso dos petistas.
"No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?", questiona.
No passado o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) 27 de junho de 2019
Ainda nesta quinta, o ministro publicou uma outra mensagem em que pede tranquilidade por parte dos petistas e diz que a droga não tem nada a ver com o presidente Jair Bolsonaro (PSL). "Tranquilizo os "guerreiros" do PT e de seus acepipes: o responsável pelos 39 kg de cocaína NADA tem a ver com o Governo Bolsonaro", concluiu Abraham, que ainda afirma que o sargento responsável pelo entorpecente irá ser punido.
Tranquilizo os "guerreiros" do PT e de seus acepipes: o responsável pelos 39 kg de cocaína NADA tem a ver com o Governo Bolsonaro. Ele irá para a cadeia e ninguém de nosso lado defenderá o criminoso. Vocês continuam com a exclusividade de serem amigos de traficantes como as FARC.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) 27 de junho de 2019
Nessa quarta-feira (26), Bolsonaro também usou o Twitter para se defender do caso. Na postagem, ele diz que exigiu uma "investigação imediata e punição severa ao sargento detido".
Apesar de não ter relação com minha equipe, o episódio de ontem, ocorrido na Espanha, é inaceitável. Exigi investigação imediata e punição severa ao responsável pelo material entorpecente encontrado no avião da FAB. Não toleraremos tamanho desrespeito ao nosso país!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 26 de junho de 2019
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Piloto de outras gerações
O segundo-sargento da Aeronáutica detido na úlima terça-feira (25), acusado de transportar drogas na bagagem, Manoel Silva Rodrigues, já realizou, desde 2015, pelo menos 29 viagens, e em uma delas estava no grupo de militares que seguiram o presidente Jair Bolsonaro de Brasília a São Paulo, em fevereiro deste ano. As informações constam no Portal de Transparência do governo, que aponta também que o sargento tem remuneração bruta de R$ 7.298.
Ainda na gestão Bolsonaro, Silva Rodrigues fez mais duas viagens. Em 24 de maio, ele voou de Brasília a Recife e fez o retorno no mesmo dia, período em que Bolsonaro visitou Pernambuco, capital do Estado. Em março, o sargento fez voos entre os dias 18 e 19, com destino as cidades de Porto Alegre e São Paulo. Na data, no entanto, Bolsonaro estava em viagem aos Estados Unidos.
Os antecessores de Bolsonaro também viajaram com Silva Rodrigues na equipe de voo. Em janeiro do ano passado, quando Michel Temer embarcou para a Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial em Davos, há registro do serviço do sargento no transporte do escalão avançado da Presidência. O portal também aponta que Silva Rodrigues viajou a Juazeiro do Norte (CE) em maio de 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na cidade.