Lava Jato diz ter 'imensa preocupação' com anulação da condenação de Bendine

Os procuradores disseram que a decisão da Segunda Turma do STF 'vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa'
JC Online
Publicado em 28/08/2019 às 8:16
Os procuradores disseram que a decisão da Segunda Turma do STF 'vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa' Foto: Foto: Alex Ferreira / Câmara dos Deputados


A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba divulgou, no fim da noite dessa terça-feira (27), uma nota em que afirma ter “imensa preocupação” em relação à decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular a condenação do ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil Aldemir Bendine.

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, os ministros do STF "estabeleceram uma nova interpretação que, se for aplicada como nova regra, vai alterar entendimentos pacíficos sobre princípios como o da ampla defesa”.

Os procuradores disseram ainda “essa nova regra não está prevista no Código de Processo Penal ou na lei que regulamentou as delações premiadas”.

Anulação da condenação

Por 3 a 1, a Segunda Turma do STF decidiu, nessa terça-feira (27), derrubar uma decisão do ex-juiz federal Sergio Moro que, em março de 2018, condenou o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras a 11 anos de reclusão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É a primeira vez que o Supremo anula uma condenação de Moro.

A maioria dos ministros acolheu a argumentação da defesa, que criticou o fato de Bendine ter sido obrigado por Moro a entregar seus memoriais (uma peça de defesa) ao mesmo tempo que delatores da Odebrecht apresentaram acusações contra a sua pessoa.

Para a defesa de Bendine, isso representava um cerceamento de defesa por impedir que o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil rebatessem na etapa final do processo as acusações feitas por delatores na entrega do seu memorial.

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