Mais um episódio de desrespeito à primeira-dama da França, Brigitte Marcon, desta vez envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes. Tudo aconteceu durante um seminário sobre economia e o Nordeste, na tarde desta quinta-feira (5), em Fortaleza, no Ceará. Ao comentar a recente troca de farpas entre os presidentes Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro e reclamar sobre o ''excesso de atenção'' para as 'falas' e 'modos' do presidente Bolsonaro, Guedes disse que Brigitte ''é feia mesmo''.
O ministro citou uma série de avanços, segundo ele, nas privatizações, na reforma da Previdência e no mercado de gás brasileiro. ''Estou vendo progressos, mas a preocupação é com o pai da Bachelet, com a mulher do Macron'', disparou.
''O Macron falou que estão botando fogo na floresta brasileira, o presidente devolveu. Falou que a mulher dele é feia, por isso que ele está falando isso. Tudo bem, é divertido. Não tem problema nenhum. É tudo normal e é tudo verdade. O presidente falou mesmo, e é verdade mesmo. A mulher é feia mesmo", afirmou Guedes, que arrancou sorrisos e aplausos da plateia de empresários.
Paulo Guedes disse ainda que ''não existe mulher feia, existe mulher observada do outro ângulo''.
Bolsonaro reagiu a um post de um internauta criticando a aparência da primeira-dama francesa, comparando-a com Michelle Bolsonaro.
"Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?", aparece escrito ao lado das fotos dos dois casais presidenciais. "É inveja (...) do Macron, pode crê", escreveu o internauta Rodrigo Andreaça.
"Não humilha cara. Kkkkkkk", reagiu em comentário o presidente brasileiro.
Macron lamentou os comentários "extraordinariamente desrespeitosos" de Bolsonaro sobre sua esposa, dizendo-se "triste por ele e pelos brasileiros".
Bolsonaro fez "comentários extraordinariamente desrespeitosos sobre minha esposa", disse à margem da cúpula do G7 em Biarritz.
"O que eu posso dizer a vocês? É triste, é triste, mas é em primeiro lugar triste para ele e para os brasileiros", afirmou, acrescentando que espera que os brasileiros "tenham um presidente que se comporte à altura".
"Acho que os brasileiros, que são um grande povo, estão um pouco envergonhados de ver esses comportamentos", disse Macron.
Os usuários do Twitter começaram a utilizar a #DesculpaBrigitte para pedir perdão. Às 19h15 do dia 26 de agosto, a hashtag estava entre os assuntos mais comentados, acumulando aproximadamente 25,7 mil tweets.
"Perdão, perdão mil vezes": o escritor brasileiro Paulo Coelho pediu desculpas após os insultos e as declarações polêmicas a respeito da França do presidente Jair Bolsonaro, em meio à crise pelos incêndios na Amazônia.
"Este é um vídeo um pouco triste para pedir perdão aos meus amigos franceses pela crise, eu diria que a histeria de Bolsonaro a respeito da França, do presidente da França, da esposa do presidente da França", afirmou em francês Paulo Coelho em um vídeo publicado no Twitter.
"Enquanto a Amazônia está queimando, eles não têm nenhum argumento e apenas insultam, negam, dizem qualquer coisa para evitar assumir (sua) responsabilidade", acrescentou o escritor em referência às autoridades brasileiras.