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Rachel Sheherazade diz sofrer ameaças de morte desde que criticou Bolsonaro

A apresentadora fez a revelação nas redes sociais e afirmou que seus filhos também sofrem ameaças desde 2018

Cássio Oliveira
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Cássio Oliveira
Publicado em 27/02/2020 às 11:26
Foto: Instagram/@rachelsheherazade/Reprodução
A apresentadora fez a revelação nas redes sociais e afirmou que seus filhos também sofrem ameaças desde 2018 - FOTO: Foto: Instagram/@rachelsheherazade/Reprodução
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A apresentadora Rachel Sheherazade utilizou do Twitter, nesta quinta-feira (27), para afirmar que vem sendo ameaçada de morte. Segundo ela, os ataques tiveram início há quase dois anos, ainda em 2018, quando fez críticas ao então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, que foi eleito em seguida.

"Campanhas difamatórias, ataques em massa, ameaças de morte, ameaças contra meus filhos têm sido uma rotina desde que ousei criticar o então candidato Jair Bolsonaro, ainda no episódio da greve dos caminhoneiros em 2018", afirmou a apresentadora.

O desabafo de Sheherazade foi feito ao comentar os ataques que estão sendo feitos à jornalista Vera Magalhães. Desde que publicou, no site do "Estado de S.Paulo", a mensagem de WhatsApp do presidente Jair Bolsonaro com um vídeo convocando para uma manifestação, Vera vem sendo hostilizada por apoiadores do presidente nas redes sociais. 

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"Não me surpreendem os ataques direcionados à jornalista Vera Magalhães. São da mesma natureza - vil, covarde, decrépita e misógina- das agressões a outras colegas de profissão, como Miriam Leitão, Eliane Cantanhêde e Patrícia Campos Mello. O que têm em comum, além das vítimas serem mulheres?", escreveu Rachel Sheherazade.

Ainda na publicação, a apresentadora não atribui os ataques a Bolsonaro de forma direta, mas, para ela, o presidente "tira proveito do ódio que semeia". "É esse ódio que inspira seus discípulos, que encoraja os covardes, que põe em cheque a própria liberdade de imprensa", completou.

Bolsonaro teria enviado vídeos em grupos de WhatsApp que conclamam a população a ir às ruas no dia 15 de março protestar contra o STF e o Congresso. O ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) confirmou, ao jornal Folha de S. Paulo, ter recebido o vídeo do próprio presidente.

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No vídeo, que tem duração de 1 minuto e meio, não há menção ao Congresso ou ao STF, mas são exibidas imagens de protestos realizados na época do impeachment de Dilma Roussef (PT), da posse de Bolsonaro e do momento em que ele levou uma facada durante sua campanha presidencial. A manifestação foi convocada por apoiadores do presidente após uma declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sobre uma "chantagem" que o Executivo estaria sofrendo por parte do Congresso.

Celso de Mello

Decano do STF, o ministro Celso de Mello enviou mensagem por escrito à Folha de S. Paulo sobre a convocação do presidente. Ele citou crime de responsabilidade e afirmou que, 'se confirmada', convocação de presidente contra o parlamento e Supremo demonstra 'visão indigna'.

O presidente da República utilizou do Twitter, na manhã dessa quarta-feira (26), para se manifestar sobre o assunto. Na publicação, Bolsonaro alegou que as mensagens trocadas em seu WhatsApp são "de cunho pessoal" e que qualquer dedução "fora desse contexto são tentativas de tumultuar a República".

Rodrigo Maia

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu o respeito às instituições e à ordem democrática e afirmou que criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. "Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir", postou Rodrigo Maia em suas redes sociais.

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