Missa de adeus a Eduardo Campos é marcada pela emoção

No dia da Assunção de Maria, a missa em homenagem ao candidato à Eduardo Campos e aos seus assessores Carlos Percol e Alexandre Severo foi tomada pela emoção. Neste domingo (17), milhares de pernambucanos se fizeram presentes no Palácio do Campo das Princesas para dar o último adeus ao ex-governador.

O arcebispo de Recife e Olinda, dom Fernando Saburido, foi o responsável pela condução da missa. Logo no início, o religioso citou as sete vitimas do acidente aéreo, relembrando também a dor de Maria ao ver Jesus padecer na cruz e arrancando aplausos da multidão. Alheios ao calor, muitas delas ainda estavam na fila para se despedir do ex-governador, mas abandonaram os seus lugares para acompanhar o culto nos três telões instalados pela Praça da República.

"Precisamos continuar acreditando no Brasil, como dizia nosso querido Eduardo Campos. Está morto um homem que tem suas convicções vivas e que não teve a fraqueza de vender sua consciência. Que a fé da Virgem Maria seja um estímulo para a nossa fé, que vacila em tantos momentos", afirmou dom Fernando.

Ao lado do caixão coberto com a bandeira de Pernambuco e um chapéu de palha - símbolo do avô Miguel Arraes -os filhos de Eduardo Campos também participaram ativamente da cerimônia. Filho homem mais velho, João Campos fez a Primeira Leitura durante a missa campal de adeus ao pai. Logo depois, Pedro Campos foi responsável por ler a Primeira Carta aos Coríntios.

Durante as duas horas de missa campal, cerca de 100 mil pessoas - de acordo com a Polícia Militar - aplaudiram e homenagearam Eduardo Campos. Muitas delas exibiam faixas de apoio ao ex-governador, enquanto outras tantas choravam no último adeus. O clima de comoção foi maximizado com as emocionantes músicas cantadas pelo coral, como "Nossa Senhora", de Roberto Carlos, e "Como Zaquel", do cantor Regis Danese.

Ao recordar do vídeo feito pelos filhos de Eduardo Campos no Dia dos Pais, Dom Fernando lembrou da importância da família, especialmente nesses momentos de dor. A dama do teatro pernambucano, Geninha da Rosa Borges, encerrou a cerimônia emocionando a multidão com o poema "Último andar", de Cecília Meireles. Ao final da missa, a multidão brandou, a plenos pulmões, o coro que se tornou característico desde a morte do ex-governador: "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro" e "Não vamos desistir do Brasil" foram as frases entoadas.