Criticado pela crise no sistema prisional em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) foi a Alagoas nesta quarta-feira (18) conhecer o Complexo Prisional Alagoano que está sendo construído com materiais pré-moldados. O objetivo do socialista é ver se a iniciativa, que garante mais rapidez na conclusão da obra, pode ser aplicada no Estado para reduzir o quanto antes o déficit de vagas para os detentos.
"Pernambuco teve o êxito de, nos últimos anos, ser o único estado do Nordeste a reduzir os índices de homicídio. Mas isso acarretou em muitas prisões, e a velocidade da construção de vagas não foi a mesma. Estamos vendo, junto aos Estados que conseguiram ter celeridade e estão conseguindo enfrentar o desafio da ressocialização, modelos que deram certo e que poderemos replicar em Pernambuco", afirmou o governador.
O formato adotado nessas unidades visitadas pelo governador Paulo Câmara permite a conclusão e sua respectiva utilização em até 180 dias, a contar pela data de início das obras de engenharia. Esse perfil é utilizado por 91 unidades prisionais em nove estados da federação, somando mais de 20 mil vagas. Os dois equipamentos vistoriados por Paulo possuem juntos a capacidade de receber 910 reeducandos, sendo 210 mulheres e 700 homens, e foram erguidos em cinco meses.
Paulo elogiou o Complexo Penitencário Alagoanao, mas não quis se comprometer em dar como certa a aplicação do modelo de pré-moldados nos presídios pernambucanos. "Nós estamos observando soluções, e exemplos como este aqui nos agradam. Presídios construídos rapidamente e em um novo conceito de ressocialização. São unidades menores, o que está dentro do nosso conceito de construir vários equipamento com um número reduzido de vagas. Assim, teremos um efetivo trabalho de ressocialização. A gente vai avançar nessa discussão porque a gente quer construir em 2015 novas vagas em Pernambuco", falou.
Após a observar as duas unidades prisionais, Paulo visitou o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB-AL), no Palácio do Governo. Na ocasião, os gestores discutiram a situação econômica do País e potenciais oportunidades para estados do Nordeste.
A área de ressocialização é um dos principais calos do início da gestão Paulo Câmara. Nos primeiros meses de governo, o socialista enfrentou rebeliões nos principais presídios do Estado com morte de detentos e de um policial militar e foi cobrado pela paralisação nas obras do Centro Penitenciário de Itaquitinga, na Mata Norte. O complexo deveria ter sido entregue em 2012, na administração Eduardo Campos, por meio de uma parceria Público-Privada. O atual governador chegou a reconhecer que em oito anos à frente do Estado o PSB não conseguiu imprimir um ritmo eficiente na gestão da ressocialização.
Além do governador, a comitiva pernambucana teve a presença do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, do chefe do Gabinete de Projetos Estratégicos, Renato Thièbaut. Esse último é responsável por coordenar as ações para que as obras do presídio de Itaquitinga sejam retomadas.