A Assembleia Legislativa retirou da pauta de votação o projeto de lei (79/2015) enviado pelo governo estadual que trata do reajuste de 13,1% para 4.060 professores da rede estadual. O projeto foi alvo do Sindicato dos Professores porque revê o piso salarial dos docentes do ensino médio e a categoria quer que toda a classe seja beneficiada. Alguns professores foram ao plenário acompanhar a discussão sobre o projeto e também houve protestos do lado de fora da Assembleia Legislativa.
A retirada do projeto foi fruto de uma manobra política já que para ele ir à votação precisaria do parecer da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa. A presidente da comissão, deputada Teresa Leitão (PT), alegou que o prazo para dar o parecer - de cinco dias - ainda não estava esgotado e por isso o projeto não poderia ir à votação. "Foi mesmo uma estratégia", esclareceu.
Teresa Leitão foi questionada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Guilherme Uchoa (PDT), sobre a possibilidade de dar o parecer em plenário. No entanto, a petista argumentou que não havia necessidade de dar o parecer nesta quarta porque haverá uma nova reunião entre o sindicato e o governo estadual na próxima segunda-feira para debater a proposta. "As negociações não estão esgotadas", falou Teresa.
Por conta do envio do projeto à Assembleia, os professores estaduais paralisaram as atividades nesta quarta-feira e devem dar sequência ao ato nesta quinta. O governador Paulo Câmara, que se encontra em Brasília para uma audiência com a presidente Dilma Rousseff, pediu ontem aos professores que retornassem à sala de aula.
"A gente conclama a categoria que evite esse tipo de paralisação enquanto estamos discutindo. Isso não faz bem a Pernambuco. Não estamos fechando portas, negociação, absolutamente nada. O caminho agora é de conversar, sentar na mesa, ver os números, entender o momento que o Brasil vive", falou.
De acordo com Paulo Câmara, o governo está aberto ao diálogo com os professores e uma paralisação coloca em risco o ano letivo dos alunos pernambucanos. "Acho isso muito ruim (paralisação) porque prejudica o andamento das aulas e o ensino dos alunos. Não faz bem para Pernambuco. Pernambuco viveu um momento atrás de dez anos com nove greves. Foram 200 dias parados. Isso não fez bem para o Estado", declarou.