Após o lançamento de um prêmio de preservação do patrimônio cultural no Teatro de Santa Isabel, o governador Paulo Câmara (PSB) comentou a investigação batizada de Fair Play, da Polícia Federal, sobre um suposto superfaturamento de R$ 70 milhões no contrato de construção da Arena Pernambuco. O socialista, que junto ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), integrava o Comitê Gestor de Parcerias Público-Privadas (CGPE), núcleo governamental que decidiu todos os passos envolvendo o estádio, mostrou-se tranquilo com a investigação.
"Tenho defendido e vou continuar defendendo que qualquer tipo de investigação seja feita. O comitê era um órgão colegiado que tinha outros secretários que trabalharam com muita dedicação, com muito zelo à coisa pública. Estou sereno e pronto para dar qualquer tipo de resposta quer posssa surgir", declarou.
Paulo Câmara disse não entender a razão da investigação porque, segundo ele, todo o processo de licitação da obra da Arena Pernambuco foi transparente. "O que claramente eu verifico é que ela (a investigação) parte de premissas que no meu entendimento não são devidamente sustentáveis. Pernambuco segui estritamente todas as questões legais que cabem tanto na lei de parcerias público-privadas como na lei de concessões", afirmou.
Segundo o governador, o governo estadual foi transparente e seguir todos os passos exigidos na lei para que a licitação ocorresse e que outras empresas, além da Odebrecht, construtura da Arena Pernambuco, tiveram a chance de se credenciar para a obra. O socialista ainda destacou que sua gestão está brigando na Justiça contra o consórcio formado para construir o estádio. "A arena hoje é questionada judicialmente porque a construtora solicitou uma aditivido de R$ 264 milhões, que o Estado negou", falou.
MARÍLIA ARRAES NO ATAQUE - Pela manhã, a vereadora Marília Arraes, que apesar de ser do PSB, integra a oposição à prefeitura, escreveu um texto no Facebook intitulado "O silêncio da Nova Política" e cobrou respostas do governador e do prefeito Geraldo Julio. Ela afirmou que o partido socialista é "covarde e retrógrado”.
"No olho do furacão, dois nomes da tropa de elite desse PSB covarde e retrógrado dos últimos tempos: o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara. Quando secretários de Estado, Geraldo e Paulo eram os todo-poderosos do Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas do governo do Estado. Foram eles que, na condição de presidente e vice do órgão, não apenas trouxeram à tona a proposta de construção do equipamento esportivo como aprovaram a abertura de licitação. O resto virou crônica policial", escreveu.
O governo estadual chegou a enviar uma nota à imprensa na última sexta-feira, mas Marília ainda assim cobrou um posicionamento dos socialistas. "Não dá para considerar como resposta a nota enviada à imprensa, com alegações automáticas e costumeiras à guisa de justificar o injustificável. Mas, nada nos surpreende, pois este “mergulho” faz parte do modus operandi da “Nova Política”: silenciar para ver se o assunto esfria. O povo do Recife exige uma resposta do prefeito. O povo de Pernambuco exige uma resposta do governador. É o mínimo que essa política do nada pode fazer", falou.
Leia abaixo o que o jornalista Giovanni Sandes, da coluna Pinga-Fogo, escreveu sobre o assunto:
Fogo-amigo: Romário, do PSB, diz que “não demorou muito para aparecer” escândalo na Arena Pernambuco
Sugestão pública para Paulo Câmara e Raul Henry corrigirem o programa de PPPs de Pernambuco
Confira uma linha do tempo sobre as contas da Arena Pernambuco em 10 reportagens do JC
Geraldo era presidente e Paulo vice no Comitê Gestor de PPPs, alvo de busca da PF em operação da Arena Pernambuco