O aumento de impostos em Pernambuco, que havia sido descartado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em abril, está cada vez mais próximo de acontecer. O governo estadual trabalha em um projeto para reajustes de algumas alíquotas e a expectativa é que o pacote governamental chegue à Assembleia Legislativa até o fim deste mês.
"A Fazenda está analisando uma série de propostas que envolvem alterações de alíquotas, algumas para cima e outras para baixo. Estamos recebendo nestes próximos dias, talvez até hoje. Vou me debruçar ao longo do fim de semana, dos próximos dias, para analisar essa questão", explicou o governador após participar de um evento em Jaboatão dos Guararapes (veja a declaração completa no vídeo abaixo).
Sem citar expressamente o aumento de impostos, Paulo Câmara destacou que é preciso encontrar alternativas em meio ao atual cenário de crise econômica. "Todos nós sabemos dos desafios financeiros que estamos vivendo. Uma frustração de quase R$ 1 bi de receitas que já foram estimadas com muito conservadorismo. O orçamento de 2015 apenas previa que o crescimento da receita seria igual ao da inflação e nem isso estamos conseguindo. Isso é um elemento desafiador e a gente tem que ser criativo. A gente tem que ver entre corte de despesa e incremento de receita aquilo que seja possível, que traga menos prejuízo à população. vamos conversar com as pessoas e ver o que é possível ser feito", declarou.
Na próxima terça-feira, Paulo se reunirá com os governadores Ricardo Coutinho (Paraíba) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), ambos do PSB, e com a bancada do partido para debater o pacote de ajuste fiscal do governo federal. Ele disse que ainda não há como avaliar o projeto do governo porque precisa de mais elementos. "O pacote que o governo federal anunciou, foi apenas o anúncio porque os projetos ainda não foram para o Congresso. A gente não sabe exatamente a dimensão porque um simples anúncio não diz tudo o que está por trás. E algumas sinalizações que a gente tem visto na imprensa de recuo de algumas ações. Isso cria um momento de muita incerteza", disse.
Contrário à recriação da CPMF, Paulo deixou no ar um descontentamento pela forma como o assunto foi abordado pelo governo federal. "A CPMF foi lançada sem conversar com os governadores, a gente já chegou ao jantar para o qual a presidente Dilma Rousefff (PT) nos convidou com as medidas anunciadas. Precisamos analisar o projeto com calma, espero que seja enviado hoje porque tenho reunião com o PSB na próxima terça e queria discutir com a bancada em cima de coisas concretas e não apenas com anúncio", afirmou.