Governador quer analisar projeto de aumento de impostos no fim de semana

Paulo Câmara diz que propostas envolvem alterações de alíquotas, "algumas para cima e outras para baixo"
Do JC Online
Publicado em 18/09/2015 às 15:56
Paulo Câmara diz que propostas envolvem alterações de alíquotas, "algumas para cima e outras para baixo" Foto: Guga Matos/JC Imagem


O aumento de impostos em Pernambuco, que havia sido descartado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em abril, está cada vez mais próximo de acontecer. O governo estadual trabalha em um projeto para reajustes de algumas alíquotas e a expectativa é que o pacote governamental chegue à Assembleia Legislativa até o fim deste mês. 

"A Fazenda está analisando uma série de propostas que envolvem alterações de alíquotas, algumas para cima e outras para baixo. Estamos recebendo nestes próximos dias, talvez até hoje. Vou me debruçar ao longo do fim de semana, dos próximos dias, para analisar essa questão", explicou o governador após participar de um evento em Jaboatão dos Guararapes (veja a declaração completa no vídeo abaixo).



Sem citar expressamente o aumento de impostos, Paulo Câmara destacou que é preciso encontrar alternativas em meio ao atual cenário de crise econômica. "Todos nós sabemos dos desafios financeiros que estamos vivendo. Uma frustração de quase R$ 1 bi de receitas que já foram estimadas com muito conservadorismo. O orçamento de 2015 apenas previa que o crescimento da receita seria igual ao da inflação e nem isso estamos conseguindo. Isso é um elemento desafiador e a gente tem que ser criativo. A gente tem que ver entre corte de despesa e incremento de receita aquilo que seja possível, que traga menos prejuízo à população. vamos conversar com as pessoas e ver o que é possível ser feito", declarou.

Na próxima terça-feira, Paulo se reunirá com os governadores Ricardo Coutinho (Paraíba) e Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), ambos do PSB, e com a bancada do partido para debater o pacote de ajuste fiscal do governo federal. Ele disse que ainda não há como avaliar o projeto do governo porque precisa de mais elementos. "O pacote que o governo federal anunciou, foi apenas o anúncio porque os projetos ainda não foram para o Congresso. A gente não sabe exatamente a dimensão porque um simples anúncio não diz tudo o que está por trás. E algumas sinalizações que a gente tem visto na imprensa de recuo de algumas ações. Isso cria um momento de muita incerteza", disse.

Contrário à recriação da CPMF, Paulo deixou no ar um descontentamento pela forma como o assunto foi abordado pelo governo federal. "A CPMF foi lançada sem conversar com os governadores, a gente já chegou ao jantar para o qual a presidente Dilma Rousefff (PT) nos convidou com as medidas anunciadas. Precisamos analisar o projeto com calma, espero que seja enviado hoje porque tenho reunião com o PSB na próxima terça e queria discutir com a bancada em cima de coisas concretas e não apenas com anúncio", afirmou. 

Apesar de citar a crise econômica em todos os discursos que faz, o governador disse que tentará preservar algumas ações ao enviar a Lei Orçamentária Anual (LOA) do Estado. "Estamos fazendo uma Lei Orçamentária conservadora porque os tempos exigem isso, mas ao mesmo tempo colocando as prioridades. O FEM 2015, diante do que estamos vendo da execucação do FEM 14, deve ser liberado em 2016 e ele vai estar previsto. Esperamos dar continuidade a esse programa porque ele tem trazido bons resultados", ressaltou. 


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