Vítima de um atentado no último sábado (17), o prefeito de Glória do Goitá, Manoel Teixeira (PSC), recorreu à Secretaria de Defesa Social (SDS) para solicitar escolta policial. Após prestar depoimento na Polícia Federal, na tarde desta segunda-feira (19), o gestor encontrou-se com o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, e prestou novo depoimento na Diretoria da Polícia Civil.
Apesar de a investigação ainda estar em fase preliminar, o assessor de comunicação da Polícia Federal (PF), Giovani Santoro, adiantou que os indícios apontam que o crime teve motivação política, mas ele evitou antecipar nomes. "Isso será checado ao longo da investigação, mas só podemos adiantar que existem políticos envolvidos ou pessoas ligadas a políticos", explicou.
O caso parou nas mãos da PF porque Teixeira é vice-prefeito do município e assumiu depois que o órgão pediu o afastamento do titular Zenilto Miranda, que foi indiciado por lavagem de dinheiro e é investigado por fraude em licitação de transporte escolar na Operação Carona.
Segundo o interlocutor da PF, se houver alguma correlação entre o atentado e a Operação Carona, o caso fica sob a responsablidade da PF. "É bem provável que tenha ligação política. Nos dirigimos à PF para acescentar que houve o atentado, mas não podemos afirmar quem são os suspeitos", explicou Saulo Penna, advogado do prefeito.
"Este atentado foi algo bastante grave será alvo de investigação ou da PF ou da Civil. É importante salientar que todas as pessoas que foram citadas pelo atual prefeito serão chamadas para prestar depoimento", afirmou Giovani Santoro. O ex-prefeito da cidade Zenilto Miranda e o presidente da Câmara dos Vereadores, Lívio Oliveira de Amorim, devem prestar depoimento.
Desde 2013, Manoel Teixeira estava rompido politicamente com o prefeito Zenilto Miranda. Ao tomar posse, há duas semanas, ele demitiu todos os secretários municipais para nomear pessoas de sua confiança. Em seguida, solicitou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) que abrisse uma auditoria especial para analisar as contas da prefeitura antes da sua gestão, afirmando que não havia encontrado dinheiro em caixa para pagar os servidores do município. O procedimento foi autorizado pelo conselheiro Marcos Loreto.