O ato do PT de Pernambuco de desagravo à condução coercitiva do ex-presidente Lula (PT), para que ele prestasse esclarecimentos sobre um possível favorecimento no esquema do Petrolão, foi marcado por duros ataques à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e ao juiz federal Sérgio Moro, que está à frente do caso. Para Bruno Ribeiro, presidente do PT-PE, a ação contra Lula confessou o uso político da operação. Ele chegou a comparar a operação contra Lula a um sequestro.
"Nós estávamos aguardando para ver esse indicativo. Aí, sim, um indício claro da vinculação desse juiz a essa operação golpista. É uma prova dessa relação dele com essa oposição. Ele hoje confessou isso. Um cidadão só é conduzido coercitivamente quando ele se recusa a cumprir um convite para ser ouvido. Lula não foi convidado, nem intimado. Lula foi objeto de uma operação arquitetada e planejada para expê-lo mais, expor o que ele representa na história, expor o nosso partido e a esquerda. Isso foi uma violência ao Estado de Direito", afirmou Bruno.
"Hoje a Polícia Federal deixou o país de luto. Nós todos estamos com aquela faixa (preta) pelo que ela está aceitando fazer. Há uma parte dela, não toda, que está funcionando como um braço armado dessa tentativa de desestabilização das instituições", disparou o petista.
Representantes do PT, do PCdoB, da CUT, MST, Fetape e Consulta Popular se reuniram na tarde desta sexta-feira (4) na sede do PT, antes de seguirem para um protesto na Rua da Aurora. O porta do voz do MST, Jaime Amorim, chegou a dizer que a entidade colocará o seu exército nas ruas. "Se a direita quer guerra, ela vai ter guerra", prometeu.
Vice-líder do governo Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal, o deputado federal Sílvio Costa (PTdoB) defendeu Lula, mas fez um apelo para que o PT fosse para o debate. "Não vou ser irresponsáveis. Não vamos para o tapa", alertou. "Acho que Rui Falcão não devia ter dito aquilo", continuou, em relação as críticas do presidente nacional do PT à Lava Jato.
O ex-prefeito João Paulo e a deputada estadual Teresa Leitão, pré-candidatos petistas às Prefeituras do Recife e de Olinda, também participaram do ato, assim como o ex-prefeito recifense João da Costa, o ex-deputado Fernando Ferro e a vereadora do Recife Marília Arraes.