Em ano de eleições municipais, com o PSB na vitrine, o governo estadual estabeleceu uma estratégia para não sair como vilão na briga envolvendo a Arena Pernambuco. Em reserva, governistas reconhecem que a ordem é sair da defensiva e partir para o ataque usando a Odebrecht como escudo. A meta é evitar o desgaste da gestão Paulo Câmara (PSB) e consequentemente dos seus aliados. Entre eles, o prefeito Geraldo Julio (PSB), que buscará a reeleição.
Em que pese outros contratos entre o Estado e a Odebrecht, aliados do governador já começaram a subir o tom contra a empresa. Esta semana, ao defender a rescisão do contrato da arena, o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) disse que o governo não consegue diálogo com a construtora. “Desde agosto (de 2015), a Odebrecht está acéfala. Não tem presidente respondendo por ela, não tem diretores que respondam pelo presidente em sua ausência. O que ocorre de fato é que o governo não encontra, dentro da Odebrecht Engenharia, ninguém que possa avalizar essa parceria, esse contrato”, afirmou.
Os governistas também foram instruídos a repetir, exaustivamente, que a construtora falhou e não soube tornar a arena rentável. Na Assembleia Legislativa, essa foi a linha dos discursos dos deputados ligados ao governo esta semana, a exemplo de Waldemar Borges (PSB), Tony Gel (PMDB) e Aluísio Lessa. “É um equipamento que não tem sido utilizado conforme o contrato anuncia. A arena é deficitária porque a empresa se mostra ineficiente para buscar outros tipos de eventos”, reforçou Lessa.
A Odebrecht deixa o enfrentamento para o campo jurídico e evita bater de frente com os governistas. Por meio de uma nota, informou que “as partes continuam mantendo tratativas objetivando solucionar amigavelmente as suas divergências”.