Os quatro presos na Operação Turbulência, deflagrada há uma semana pela Polícia Federal (PF), vêm sendo tratados como detentos comuns no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, informou na última terça-feira (28) o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. O titular da pasta ressaltou que, apesar de todos estarem no pavilhão destinado aos presos com curso superior, eles não estão recebendo nenhum tipo de regalia ou tratamento diferenciado.
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João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Apolo Santana Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e Arthur Roberto Lapa Rosal foram presos preventivamente no dia 21 de junho, suspeitos de integrar uma organização criminosa que teria, por pelo menos seis anos, feito caixa dois para financiar as campanhas políticas do ex-governador Eduardo Campos (PSB). O grupo teria movimentado em torno de R$ 600 milhões no período, acusa a PF. Ao chegarem no Cotel, de acordo com Eurico, todos afirmaram ter diploma de curso superior e foram encaminhados para o setor reservado para este tipo de preso.
“Eles informaram que têm titulação superior e, como determina a lei de execuções penais, não estão com os presos comuns. Agora eles têm 10 dias, a contar da data da prisão, para comprovar o que disseram. Se algum deles mentiu, será imediatamente transferido para a área dos presos sem diploma”, explicou o secretário.
Pedro Eurico disse ainda que, devido à superlotação que atinge o sistema prisional do Estado, os presos na Turbulência não estão em celas individuais. “O Cotel tem capacidade para 956 presos e recebe atualmente mais de 2.800. Por conta disso, a cela deles, projetada para seis pessoas, tem abrigado 25 detentos. Dois deles estão em uma cela e os outros dois estão em outra. Apesar disso, por se tratar de um caso de repercussão, estamos tomando todos os cuidados para que a integridade deles seja preservada”, pontuou.
No domingo, primeiro dia de visita deles na prisão, os suspeitos receberam suas famílias, que levaram alimentos e medicamentos. “Todos estão bem fisicamente, nenhum precisou de atendimento médico. As únicas coisas que eles pediram aos familiares foram colchonetes novos, que inclusive já foram entregues”, afirmou Eurico.
Ainda de acordo com Pedro Eurico, no dia a dia, a rotina dos quatro presos da Turbulência é exatamente igual à dos outros detentos. “Eles passam o dia pelo pavilhão e à noite são encaminhados para as celas. Estão sendo tratados rigorosamente como manda a legislação, sem nenhum benefício”, disse o secretário.