Operação Turbulência

Advogado do 'milionário das vaquejadas' diz que bens não eram do seu cliente

Arthur Roberto Lapa Rosal, o Tuta Rosal, tinha o hábito de publicar fotos ao lado de helicópteros, cavalos de raça e outros artigos de alto valor

Renata Monteiro
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Renata Monteiro
Publicado em 30/06/2016 às 7:14
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A realidade econômica do empresário e vaqueiro amador Arthur Roberto Lapa Rosal, o Tuta Rosal, seria bem menos luxuosa do que a que ele costumava retratar nas redes sociais antes de ser preso pela Polícia Federal (PF) no último dia 21, segundo Rivadávia Brayner, seu advogado. Na internet, o “milionário das vaquejadas”, como é conhecido, tinha o hábito de publicar fotos ao lado de helicópteros, cavalos de raça e outros artigos de alto valor, mas o defensor informou que a família do seu cliente atribui a propriedade desses itens a outras pessoas, sem especificar quem seriam elas.

A PF suspeita que Tuta Rosal seria um dos testas de ferro de uma organização criminosa especializada em lavar dinheiro para abastecer campanhas políticas do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em um acidente aéreo em agosto de 2014. 

No bairro da Matriz, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata, Tuta Rosal leva uma vida discreta, quase reclusa. A reportagem do JC procurou a esposa do empresário no local, mas ela não quis dar declarações. 

Vizinhos do casal informaram que viram o investigado pela primeira vez na TV no dia da sua prisão. “Ele mora com a família nessa casa há aproximadamente um ano. A esposa e os dois filhos dele nós sempre costumamos ver, mas ele eu nunca tinha visto antes da prisão”, afirmou uma vizinha que não quis se identificar.

“Sei muito pouco sobre a família, eles são muito discretos. Aliás, os moradores desse bairro não têm o hábito de sair de suas casas para conversar nem ficar na rua não. O que a gente sabe é que ele mexia com gado, cavalos, essas coisas”, disse um senhor que trabalha nas proximidades e pediu para não ter o nome revelado. 

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
- Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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A trajetória de Rosal – de origem simples a empresário dono de bens de alto valor – se revela semelhante à de Paulo César Morato, encontrado morto em um motel em Olinda. Morato seria o dono da Câmara & Vasconcelos Locações e Terraplenagem, que, segundo a PF, teria recebido cerca de R$ 18 milhões da Construtora OAS por um serviço na obra da transposição do Rio São Francisco nunca prestado. A polícia desconfia que, na realidade, o dinheiro tenha sido usado para irrigar a campanha presidencial de Eduardo Campos, em 2014. Até o último mês de maio, Morato residia em uma casa alugada, local onde também mantinha uma assistência técnica para celulares.

>> [TV Jornal] Humilde e religioso: Paulo Morato levava vida acima de qualquer suspeita

Sobre a defesa de Rosal, Rivadávia Brayner informou que não fez ainda nenhum pedido de habeas corpus à Justiça.

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