O deputado federal Daniel Coelho (PSDB) dedicou parte desta quarta-feira para participar de um debate promovido pelo Clube de Engenharia e pelo Sindicato dos Arquietos de Pernambuco. Mais uma vez, ele fez críticas ao PSB, do prefeito e candidato à reeleição Geraldo Julio, e ao PT, do ex-prefeito e candidato João Paulo.
"Tem partido que vive de negociar seu tempo de televisão. As duas candidaturas que optaram por este grande acordão político sem nenhum tipo de identidade são aquelas ausentes do debate. Não querem debater porque fizeram seu grande acordão", disse Daniel.
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Especificamente sobre o PT, Daniel criticou o programa de participação popular Orçamento Participativo, realizado de 2001 a 2012.
"O Orçamento Participativo foi deturpado porque o interesse era maniputar as pessoas. Mil e quarenta e cinco obras não foram cumpridas ou não iniciadas. Desmoralizou a possibilidade de participação democrática. Para ter participação, não preciso instrumentalizar as pessoas. NãO preciso colocar elas dentro de uma sala, para saber quem é, para ter telefone e para transformar, no final, aquele delegado em cabo eleitoral", destacou.
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Ao responder a um questionamento de uma professora, o tucano destacou que abrirá diversas frentes de diálogo com os moradores do Recife.
"Não tenho preconceito com nenhum tipo de segmento. Precisamos ouvir os segmentos sociais organizados, sindicatos, trabalhadores, mas não podemos ter preconceito com os empresários, os microempresários e com todos os que querem investir na cidade. A gente não pode deixar que a iniciativa privada faça o que quer, mas precisamos estimulá-la a fazer projetos que tragam benefícios sociais e econômicos para todos com transparencia", disse.
Nesta campanha eleitoral, Daniel Coelho se notabilizou por propor uma Parceria Público-Privada (PPP) para a praia de Boa Viagem. O projeto também recebeu o aval da candidata Priscila Krause (DEM). A ideia foi contestada pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), também presente ao debate promovido nesta quarta-feira.
O candidato adiantou algumas propostas como a criação do projeto Orçamento Colaborativo, responsável por fortalecer o diálogo entre a prefeitura e os moradores do Recife, e um projeto de mutirão popular para ajudar a reduzir o déficit habitacional da capital.
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"Este ano, até o momento, a prefeitura gastou apenas 2 milhões com seu programa de habitação. Enquanto isso, segundo o orçamento, os gastos com publicidade são de 32 milhões e do gabinete do prefeito, 33 milhões de reais. Isso dá para a gente ter uma ideia do que é prioridade e do que não é prioridade para a atual gestão. Quem gasta 33 milhões com seu próprio gabinete para atender seus interesses políticos e gasta seis milhões com habitação está mostrando que habitação é algo não importante para sua gestão", discursou.
O presidente do Sindicato dos Arquitetos de Pernambuco, Henrique Lins, criticou a ausência de Geraldo Julio e de João Paulo, convidados para os debates,
"Procuramos, em todas as eleições, fazer um debate com os candidatos à prefeitura do Recife, principalmente porque engenheiros e arquitetos são responsáveis por planejamento urbano e ações de mobilidade, habitação e meio ambiente. São temas específicos de interesse desses profissionais. É uma pena que os dois candidatos mais bem colocados nas últimas pesquisas não se apresentaram aqui para discutir a importância do planejamento urbano. Fica registrada a falta de interesse desses candidatos. Infelizmente, alguns candidatos acham que esses temas não têm importância", afirmou.