Termina nesta segunda (12/09) o prazo para julgamento do registro de candidaturas e muitos cartórios de Pernambuco não tinham concluído até sexta a análise dos pedidos, inclusive de quem está na disputa majoritária. O encurtamento da campanha eleitoral de dois meses para 45 dias, provocada pelas novas regras, está gerando o risco de eleições suplementares. A avaliação é de analistas da Justiça eleitoral e de assessores de partidos que acreditam tornar-se esse pleito o de maior número de candidatos sub judice.
“O nome do candidato sub judice permanecerá nas urnas se até lá não houver o julgamento em definitivo”, explica uma servidora do Tribunal Regional Eleitoral. Se depois de eleito tiver a candidatura impugnada pelo TSE, a nova lei exige eleição suplementar. Antes, candidato a cargo executivo eleito com menos de 50% dos votos e destituído pela Justiça podia ser substituído pelo segundo mais votado. A reforma eleitoral encurtou os prazos da campanha, mas os registros de candidatura continuaram sendo guiados pela Lei da Inelegibilidade. O candidato impugnado pelo juiz tem direito a recorrer em todas as instâncias, o que pode ir bem além dos 45 dias de campanha.
No Recife, a 150ª Zona Eleitoral, responsável pelos registros de candidatura, tinha na última sexta-feira, três dias antes do prazo de julgamento, apenas cinco candidaturas aguardando confirmação. A boa performance, segundo Hélio Corrêa, chefe do cartório, foi possível graças à ajuda suplementar de outras duas zonas eleitorais. Na capital, além de 16 candidatos a prefeito e vice, 960 disputam vaga de vereador. Mas em outros municípios, com muitos pedidos de impugnação, a situação era crítica. Em Jaboatão, segundo maior colégio eleitoral, a semana terminou com candidaturas a prefeito aguardando julgamento, assim como inúmeras a vereador. Lá havia até a semana passada 50 pedidos de impugnação.
Para o advogado Luís Gallindo, da coligação Recife pela Democracia, uma alternativa seria iniciar mais cedo o processo de registro, para garantir as substituições de inelegíveis antes da votação. Carlos Neves, da Frente Popular, diz que a redução do tempo não foi boa para o processo eleitoral, pois a estrutura do Judiciário teve que ao mesmo tempo cuidar de registro de candidato, de propaganda e de contas eleitorais.