Candidatos, analistas políticos e eleitores comungam da opinião que a campanha eleitoral 2016 foi atípica devido a um menor tempo de campanha nas ruas e no guia de rádio e TV. A restrição ao financiamento das candidaturas gerou uma arrecadação menor e consequentemente menos material nos bairros do Recife. Esses fatores, aliados ao desgaste natural da classe política, contribuíram para que tenha ocorrido um maior desinteresse com a eleição municipal.
De acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), divulgado em parceria com o Jornal do Commercio e o portal Leia Já, 55% dos eleitores da cidade não estão interessados nas eleições deste ano. O interesse existe para 44% dos entrevistados e 1% não soube responder ou não respondeu.
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Apesar do desinteresse indicado pela pesquisa, é natural que as atenções dos eleitores para cresça na última semana de campanha. Por isso, os candidatos devem ser ainda mais cuidadosos com a estratégia que será colocada em prática.
Para Adriano Oliveira, professor de Ciência Política da Universidade Federal de Perrnambuco (UFPE) e coordenador da pesquisa IPMN/JC, os candidatos devem redobrar a atenção com os discursos. “A comunicação política será decisiva”, afirma.
O guia eleitoral, embora menor, não conquistou o eleitor do Recife. A pesquisa IPMN/JC indica que 60% dos eleitores não têm interesse nos programas de campanha dos candidatos no rádio e na televisão. Adriano Oliveira, no entanto, afirma que os meios eletrônicos não podem ser relegados a segundo plano porque é uma forma de cativar o eleitor indeciso. “Há as inserções”, destaca.
Na avaliação do pesquisador, a mobilização da militância também pode fazer diferença. “Sai na frente o candidato que tiver o maior número de vereadores motivados. Isso pode ser um indicativo de que o prefeito Geraldo Julio (PSB) pode vencer no primeiro turno”, diz, referindo-se ao fato de que a base de apoio do socialista, com centenas de candidatos a vereador, é bem maior que a dos adversários.
Na última semana de campanha, os candidatos costumam intensificar os pedidos para seus eleitores se tornarem “multiplicadores” de votos. No entanto, a pesquisa indica que 75% dos entrevistados não pretendem pedir votos para os postulantes à prefeitura. Já o número de eleitores que não vão pedir votos para vereadores é de 76%.
De acordo com uma pesquisa IPMN/JC divulgada nesse fim de semana, Geraldo tem 33% das intenções de votos contra 25% de João Paulo (PT), 12% de Daniel Coelho (PSDB), 3% de Priscila Krause (DEM) e 2% de Edilson Silva (PSOL).