Juízes, desembargadores, promotores e procuradores de Pernambuco aderem ao movimento nacional de repúdio às mudanças feitas na Câmara dos Deputados, na noite de terça-feira (29/11) no Projeto de Lei que tratava do combate à corrupção. Além de alterar a proposta original, formulada por membros do Ministério Público e com apoio popular, os deputados criminalizaram o abuso de poder no Judiciário e Ministério Público. Um grupo viaja hoje a Brasília, para participar do ato público, marcado para as 14h (horário de lá e 13h aqui).
No mesmo horário, a Associação dos Magistrados de Pernambuco (Amepe) convoca todos os associados que não viajaram a fazer um intervalo nas atividades, se possível. Na sexta (2/12), às 11h, haverá um ato, na entrada monumental do Fórum Rodolfo Aureliano, na Joana Bezerra, no Recife.
“Querem calar o Ministério Público, a polícia e o Judiciário. No futuro também vão querer calar a imprensa”, reagiu o presidente da Amepe, desembargador Antenor Cardoso. Três dirigentes da entidade participam do ato em Brasília, na porta do Supremo Tribunal Federal (STF).
"A Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON), entidade que congrega membros do Ministério Público de Contas de todo o Brasil vem a público manifestar veemente repúdio às medidas aprovadas por ampla maioria dos Deputados Federais na última madrugada, dando as costas ao povo brasileiro e em flagrante desvirtuamento da quase totalidade do projeto de origem popular assinado por 2,5 milhões de pessoas.
O voto popular jamais conferiu ao mandatário um "cheque em branco". Na casa do povo do Congresso Nacional, com mais razão, a atuação deveria guardar conexão com a vontade popular. Apenas 132 Deputados Federais entenderam esse mandato e a estes a AMPCON parabeniza pelo compromisso demonstrado com a viabilização de um país melhor.
O Ministério Público de Contas não se dobrará e continuará a lutar por um Brasil que orgulhe ao seu povo, onde a decência seja a nota principal da conduta pública. Resta agora rogar às autoridades do Senado Federal que recuperem a trilha virtuosa da normalidade.
No atual cenário de maturidade das instituições brasileiras, é profundamente lamentável o ocorrido, patrocinado por parlamentares que deveriam representar o povo brasileiro, e digno de repúdio por todas as instituições organizadas e pela sociedade deste país."
Brasília-DF, 30 de novembro de 2016.