Humberto Costa: crise coloca Poderes da República uns contra os outros

Para Humberto Costa, após queda de Renan Calheiros é preciso ter tranquilidade e cabeça fria
Paulo Veras
Publicado em 05/12/2016 às 19:29
Para Humberto Costa, após queda de Renan Calheiros é preciso ter tranquilidade e cabeça fria Foto: Foto: Igo Bione/Acervo JC Imagem


Líder do PT no Senado, o senador Humberto Costa (PT), afirmou, por meio de um vídeo divulgado após o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o agravamento da crise política colocou os Poderes da República uns contra os outros e tornou a democracia estremamente instável. No lugar de Renan, assumirá o petista Jorge Viana (AC). O afastamento foi pedido pela Rede Sustentabilidade. Para o pernambucano, agora é necessário tranquilidade, cabeça fria e a defesa incondicional da democracia.

"Uma crise que inicialmente era uma crise política, que poderia ter sido resolvida de maneira tranquila, com a recomposição da governabilidade de Dilma, se transformou numa grave crise política, depois numa crise econômica e agora numa crise institucional que coloca uns contra os outros os Poderes da República tornando a nossa democracia extremamente instável", afirma Humberto.

Segundo o senador pernambucano, tudo o que estava ruim no País piorou durante os seis meses de governo do presidente Michel Temer (PMDB); do desemprego à corrupção. Para o petista, agora a gestão Temer começa a perder a sua governabilidade. "Só há uma saída para essa grande crise que nós estamos vivendo. É a saída pela democracia. É a saída pela realização de eleições diretas para presidente da República", pregou.

SENADO

"Aqui no Senado, naturalmente, essa decisão será cumprida. Apesar de que ainda haverá uma decisão definitiva do pleno do Supremo Tribunal Federal. Mas isso tão somente representa a crise que nós estamos vivendo naquele momento. Aqueles que derrubaram a presidenta Dilma, conforme nós dizíamos, estavam apostando no pior, etavam apostando no caos", diz Humberto.

Renan Calheiros é o terceiro na linha de sucessão do presidente da República, mas entrou em rota de colisão com o Judiciário após ser envolvido na Lava Jato. O senador do PMDB passou a defender, então, a votação de uma PEC que impõe o abuso de autoridade contra membros do Judiciário. Protestos em várias capitais do País, inclusive no Recife, pediram a saída de Renan.

A assessoria do senador Armando Monteiro Neto (PTB) afirmou que ele não se pronunciaria sobre o afastamento de Renan. O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) foi procurado através de sua assessoria e ainda não retornou ao pedido de entrevista do JC.

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