Um conjunto de painéis gigantes reproduzindo a arte das brigadas muralistas que ilustraram a campanha política após o fim do regime militar em Pernambuco, cerca de 150 fotos que retratam a vida e obra de Miguel Arraes, acompanhados por documentos, cartas e jornais originais escritos por ele durante o exílio. Todo esse material, que traz à tona fatos já conhecidos pelos maiores de 30 anos e desvenda a história aos mais jovens, estarão à disposição do público durante dois meses na exposição Duas mãos e o sentimento do mundo, organizada numa parceria da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Arquivo Público Estadual e do Museu do Estado. Será aberta quinta (15/12), às 19h, ocupando duas galerias do museu, localizado na Avenida Rui Barbosa, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
O evento marca o centenário de nascimento do ex-governador que teve uma intensa vida pública, sendo liderança por meio século, destacando-se no Brasil e fora dele, na luta pela democracia. Na abertura da mostra, que tem curadoria do antropólogo e museólogo Raul Lody (RJ), com participação dos pernambucanos Ticiano Arrais e das jornalistas Graça Melo e Tereza Rozowykwiat, serão lançados quatro livros que fazem referência ao político.
As publicações, editadas pela Cepe são a biografia de 400 páginas Arraes, da própria Tereza Rozowykwiat; Porto do Renascimento-A última campanha de Arraes, do jornalista Marcos Cirano, que traz uma coletânea dos discursos feitos na campanha à reeleição ao governo, em que foi derrotado; Pernambuco em chamas - A intervenção dos EUA e o golpe de 1964, do também jornalista Vandeck Santiago, que trata da interferência americana no Nordeste naquela época, temendo uma revolução comunista em Pernambuco, aos moldes da ocorrida em Cuba, em 1959; e As brigadas muralistas e as campanhas de Arraes- Arte e política na década de 1980, da historiadora Elizabet Remigio, que estudou a atuação da Brigada Portinari, movimento de artistas do anos de 1980 que nos muros de Olinda e do Recife deixava expressão artística com engajamento político.
As fotos da mostra são de acervos do Arquivo Público, da Fundação Joaquim Nabuco, do Instituto Miguel Arraes e da coleção da família. O Museu do Estado fica aberto de terça a sexta-feira, das 9h às 17h e, sábado e domingo, das 14h às 17h. O acesso à área de exposição do espaço é feito mediante o pagamento de R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).
No Congresso Nacional, em Brasília, além de sessão solene, a Câmara e Senado farão outras homenagens ao centenário de Arraes. Nesta terça (13/12) o Instituto Miguel Arraes em parceria com a Fundação João Mangabeira, inaugura a exposição fotográfica Miguel Arraes 100 Anos, no corredor de acesso ao Plenário da Câmara.