Ainda não se sabe quem serão os candidatos ao governo estadual em 2018 e quais partidos estarão unidos, mas o clima pré-eleitoral já espalha brasa para todo lado. Nesta quarta-feira (15), o secretário de Planejamento, Márcio Stefanni, em entrevista ao programa Resena Política, da TV JC (veja abaixo), mandou um recado para o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), que é cotado para rivalizar com o governador Paulo Câmara (PSB) no ano que vem.
Em entrevista à TV JC este mês, Bruno Araújo disse que não se "assalta ônibus com fuzil", em referência às declarações de Paulo Câmara de que a violência aumentou no Estado pela falta de ações do governo federal. Ele também declarou, na Rádio Jornal, que Pernambuco tem "números de guerra civil" ao falar da violência no território pernambucano.
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Márcio Stefanni saiu em defesa de Paulo Câmara.
"Vejo, como agente público, (a declaração) com preocupação. Vejo um agente em campanha procurando tirar suas responsabilidade como agente público que deve ser. Não se entra de fuzil para assaltar ônibus, mas se entra para roubar celular e pequenas quantidades de dinheiro para comprar drogas. Essa droga para chegar a Pernambuco atravessou várias e várias rodovias federais. Não há rodovia federal que ligue Pernambuco a Amazônia ou a Bolívia. Vejo o ministro se furtando e não tratando o assunto com devida seriedade", disse Stefanni.
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O secretário de Planejamento reforçou que o governador tem atuado com firmeza para reduzir a escalada da violência em Pernambuco. "O governador tem ido às reuniões do Pacto (pela Vida). Ele está conversando com quem está na ponta", afirmou, referindo-se aos comandantes da Polícia Militar de Pernambuco e ao chefe da Polícia Civil.
Nesta quarta-feira, a Secretaria de Defesa Social divulgou que Pernambuco teve menos assaltos a banco em fevereiro. No entanto, de acordo com o Blog Ronda JC, o Estado registrou quase 1 mil homicídios em dois meses.
Antecipando-se a uma possível quebra do sigilo das delações premiadas dos executivos da Odebrecht, o ministro das Cidades se manifestou previamente sobre acusações que poderão vir a público. Bruno Araújo informou, via assessoria, que “de acordo com a legislação eleitoral”, solicitou doações para diversas empresas, “inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado”. “O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas”, concluiu.
A lista oficial com os nomes dos alvos dos pedidos de inquérito só será conhecida a partir do momento em que o relator da Lava Jato no STF, ministro Edosn Fachin, conceder a retirada do segredo de Justiça, o que, segundo a área técnica da Corte, não vai ocorrer antes da próxima segunda-feira (20), diante do grande volume de material a ser processado. Não há prazo para que o relator da Lava Jato no STF analise os pedidos nem retire os sigilos.