Deputados que votaram a favor do impeachment podem estar envolvidos em casos de corrupção

Nomes que não haviam aparecido antes foram citados pela "Lista de Fachin", na semana passada
Mariana Araújo
Publicado em 18/04/2017 às 6:28
Nomes que não haviam aparecido antes foram citados pela "Lista de Fachin", na semana passada Foto: Foto: Divulgação


Pelo menos cinco dos dezoito parlamentares que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em abril do ano passado, são suspeitos ou citados por possivelmente terem praticado atos de corrupção. Nas notícias mais recentes - a divulgação da “Lista de Fachin” (em referência aos inquéritos e petições da Lava Jato divulgadas pelo ministro do STF Edson Fachin) e das delações de executivos da Odebrecht - figuram quatro nomes. Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi citado foi dois delatores por ter recebido R$ 700 mil da empreiteira para a campanha de governador, quando perdeu para Eduardo Campos (PSB), em 2010.

O hoje ministro das Cidades, Bruno Araújo, foi citado pelo recebimento de R$ 600 mil nas campanhas de 2010 e 2012. Betinho Gomes (PSDB) é citado por ter recebido R$ 75 mil na campanha à Prefeitura do Cabo em 2012. Em troca, o parlamentar teria oferecido “favorecimento no empreendimento Reserva do Paiva”, conforme indica o despacho de Fachin. No mesmo inquérito, está o ex-prefeito do Cabo, Vado da Farmácia.

O nome do deputado Tadeu Alencar (PSB) aparece em investigações relativas à suspeita de superfaturamento da Arena de Pernambuco. Ele integrou o comitê-gestor de Parcerias Público-Privadas do Estado. Eduardo da Fonte é apontado por ter recebido, segundo denúncias, R$ 300 mil da UTC.

RETIRADO

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), chegou a ser citado pelo possível recebimento de R$ 100 mil para a campanha de 2014, após ser divulgado um documento com as informações. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao ministro Teori Zavascki, que era relator da Lava Jato no STF e que faleceu em janeiro deste ano, a retirada do nome do democrata. Janot informou ao ministro que o documento estava sem a sua rubrica e que foi anexada indevidamente ao inquérito do ex-ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva.

 

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