O presidente do PT em Pernambuco, Bruno Ribeiro, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras, e o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Jaime Amorim, comentaram, neste sábado, a proposta de uma emenda que poderia evitar que o ex-presidente Lula (PT) seja preso. A proposta, feita pelo relator da reforma política na Câmara Federal, Vicente Cândido (PT-SP), e que já foi batizada de "Emenda Lula", prevê que se amplie para até oito meses a proibição para que candidatos sejam presos antes das eleições.
"Não conheço os detalhes dessa emenda, mas o que habilita Lula à eleição é a inocência dele, a sua história, é a vontade popular, como as pesquisas indicam, e as saudades que o povo brasileiro tem comparando com o que está vivendo hoje com a direita e o golpe. Ele não precisa de artifício ou emenda", disse Bruno Ribeiro.
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De acordo com o dirigente do PT, Lula precisa participar da eleição presidencial de 2018.
"Uma eleição sem Lula é uma fraude. Uma democracia sem que a sociedade possa escolher se vota na maior liderança popular da história é uma democracia adulterada. O País precisa que a Constituição e o direito processual sejam respeitados", completou.
Filiado ao PT, o presidente da CUT-PE seguiu a mesma linha.
"Não tem emenda nenhuma que venha beneficiar a esquerda e o presidente Lula. Defendemos que as leis e o estado democrático de direitos sejam respeitados. Tem provas suficientes dos crimes cometidos por Aécio Neves (PSDB-MG), contra o presidente Michel Temer (PMDB), contra todos aqueles que foram pegos com a mala de dinheiro e não há prova contra Lula", declarou.
Na defesa de Lula, Carlos Veras chegou a fazer uma comparação com o futebol.
"Dizer que o triplex é de Lula é a mesma coisa que eu dizer que Neymar é jogador do Sport, ir para a Ilha do Retiro e não ver Neymar jogando e eu querer processar a diretoria do Sport por não escalar Neymar porque é jogador do Barcelona. Lula não tem o triplex. Não é dele. É um contrato rasurado, sem assinatura. Quem é que não sabe que um documento sem assinatura não tem fé de ofício? Tem uma armadilha, algo que está sendo associado por setores do Judiciário, da grande mídia e do parlamento e das elites brasileiras", afirmou.
Por sua vez, Jaime Amorim também rejeitou a emenda do deputado federal Vicente Cândido.
"Não foi uma condenação e sim um voto político. Acho que não há necessidade de fazer nenhuma lei para que Lula possa concorrer. Nós, com a população nas ruas, vamos mostrar que Lula é inocente", declarou o dirigente do MST.
As declarações de Bruno Ribeiro, Carlos Veras e Jaime Amorim foram dadas durante o I Seminário da Frente Brasil Popular, movimento que congrega o PT, PDT, PCdoB, CUT-PE, Fetape, MST, entre outras entidades.
"Este seminário é um momento de aprofundar a unidade das forças populares. Uma oportunidade para movimentos sociais, sindicalistas e lideranças partidárias criarem um ambiente de construção coletiva para resistir ao golpe, defender os direitos da classe trabalhadora e conquistar a volta da democracia com eleições diretas já, a Constituinte e o retorno do governo popular no Brasil com Lula Presidente”, disse Sheila Oliveira, secretária de comunicação do PT Pernambuco.
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