Na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), houve uma forte reação a nomeação de Nilton Mota para a Casa Civil. Os deputados da base se sentiram ameaçados já que a articulação política do Palácio com prefeitos e lideranças locais ficará nas mãos de um secretário que também disputará vaga no Legislativo estadual. As queixas giravam em torno do fato de o governo dar uma “super-máquina” a um futuro concorrente que pode tirar voto dos demais parlamentares. Houve duras críticas ao fato de Mota não atender os pleitos dos demais deputados na Secretaria de Agricultura.
No plenário, parlamentares de diversos partidos aliados se reuniram em rodinhas para fritar o novo secretário com palavras duras. Deputados avaliaram que o governo fez o gesto errado no momento em que mais precisa de apoio da base para enfrentar o novo polo de oposição no Estado. Governistas confessaram que a relação com o Executivo pode ficar mais esgarçada com a presença de Nilton do que era com Figueira.
No Palácio, a sinalização é esperar a notícia decantar para saber como vai lidar com a Assembleia. O líder do governo na Alepe, Isaltino Nascimento (PSB) saiu em defesa do novo secretário e disse que a nomeação não gera desagregação na base. “Nilton é uma pessoa que tem muita experiência. Já foi secretário municipal, estadual. É um parlamentar em segundo mandato. Tem uma experiência importante. E tem uma confiança política do núcleo de gestão do governo e do próprio governador. Certamente ele vai ajudar a somar no diálogo não só aqui na Casa, mas também com as forças políticas do Estado”, afirmou.