Apesar do relatório aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) encaminhar o parecer pelo arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer, 11 dos 25 deputados pernambucanos declararam-se, ontem, favoráveis ao prosseguimento do caso, que será votado hoje no plenário da Câmara dos Deputados. O número é igual ao da votação referente à primeira denúncia. Naquela ocasião, porém, a maioria da bancada votou para livrar Temer.
Pelo organograma da Câmara, na votação de hoje, os deputados que votarem “sim” pela aprovação do relatório aprovado na CCJ concordam com o arquivamento da denúncia e o “não” é pelo prosseguimento da processo.
Votando pelo prosseguimento da denúncia, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) argumenta que seu voto é de “coerência com sua consciência”. “Ao longo de toda minha vida pública sempre apoiei a apuração de denúncias, não só para esclarecer assuntos em questão, mas para que os envolvidos esclareçam e se defendam com qualidade”, afirmou Jarbas. Sobre possíveis retaliações e punições em relação ao voto, ele complementou que “nunca pautou seu voto pode medo de represálias.”
Sendo favorável ao arquivamento, o deputado Luciano Bivar (PSL) contra-argumentou alegando que a eventual saída do presidente levaria o País a uma crise maior do que já se encontra. “Estamos à 11 meses da eleição. Você não pode retirar um presidente e causar uma desconfiança do mercado. Se fosse algo mais escandaloso, penso que teria motivo.”
Com o intuito de ganhar força no Congresso, Temer exonerou os ministros Bruno Araújo (Cidades), Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Filho (Meio Ambiente) e Mendonça Filho (Educação) para participarem da votação. O secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira (PR), também foi exonerado para comparecer ao Congresso.
O JC entrou em contato com Marinaldo Rosendo (PSB), Adalberto Cavalcanti (PTB), Augusto Coutinho (SD), João Fernando Coutinho (PSB) e Ricardo Teobaldo (Podemos), porém não obteve resposta até o fechamento desta edição.