O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá, abriu a convenção nacional do partido, na manhã desta terça-feira (19), deixando claro que o processo de intervenção na sigla em Pernambuco deve ser concluído até o fim de janeiro.
Diante da resistência do vice-governador Raul Henry, ligado ao deputado federal Jarbas Vasconcelos, que preside a legenda no Estado, Jucá pode entregar o comando ao senador Fernando Bezerra Coelho, que entrou na sigla em setembro e já defende que o PMDB entre na oposição ao governo de Paulo Câmara (PSB). O próprio Fernando já se coloca como pré-candidato ao governo estadual.
“Teremos o PMDB, ou o MBD (a mudança no nome do partido também está na pauta da convenção) fortalecido em Pernambuco com a presença do senador Fernando Bezerra Coelho e de deputados federais que estarão ingressando no partido”, afirmou Jucá no discurso. Se a cúpula da legenda tiver o poder de dissolver os diretórios estaduais sem burocracia, como o de Pernambuco, o PMDB ficará sob o controle de FBC e Paulo perderá, em 2018, um de seus principais partidos aliados.
O caso está judicializado, com duas vitórias de Raul Henry e Jarbas nas Justiças de Pernambuco e do Distrito Federal. A executiva nacional conseguiu mudar o estatuto do PMDB para fazer a intervenção. No discurso, Jucá afirmou que a alteração que permite a dissolução da executiva estadual foi aprovada há quatro anos, mas não havia sido inserida oficialmente no estatuto. Isso, segundo o senador, foi percebido com a intervenção em Pernambuco.
Serão incluídas também as modificações da legislação eleitoral que atribui à própria sigla a distribuição do fundo eleitoral. Outras mudanças no estatuto, para modernizá-lo, segundo Jucá, devem ser feitas em março, em outra convenção nacional do partido. Segundo o PMDB, nessa segunda-feira (18), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu parecer confirmando o estatuto do partido e reconhecendo que a Comissão Executiva Nacional é o órgão competente para promover a dissolução de diretórios.
O objetivo de FBC é o mesmo de Jucá, de levar a sigla para a oposição a Paulo. O senador foi o primeiro a falar publicamente na frente política contrária aos socialistas que está formando com o colega de bancada Armando Monteiro Neto (PTB) e os ministros Bruno Araújo (Cidades), do PSDB, e Mendonça Filho (Educação), do DEM.
Procurados, Jarbas e Raul Henry ainda não se manifestaram.