Pressionado pela possibilidade de perder deputados federais e estaduais em meio a janela para a troca partidária, o PSB se movimenta para assegurar a permanência de parlamentares na sigla. Na última semana, os congressistas João Fernando Coutinho (PROS) e Marinaldo Rosendo (PP) já deixaram o PSB. Nomes como os dos federais Gonzaga Patriota e Severino Ninho e os estaduais Marcantônio Dourado e Vinícius Labanca também vêem dificuldade em se reeleger se continuarem no chapão da Frente Popular.
Nos próximos dias, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, deve se reunir com a bancada para debater os critérios de distribuição do Fundo Partidário e do novo Fundo Eleitoral. “O PSB não quer que as pessoas fiquem em função de oferecer dinheiro como alguns partidos fisiológicos fazem. A gente quer conversar com eles, ver qual é problema e solucionar”, promete Siqueira. “Eles sabem que a eleição de federal é uma prioridade do partido. E que vamos distribuir o fundo tendo em vista essa prioridade”, assegura o socialista.
No Palácio do Campo das Princesas, a saída de pessoas do partido do governador em uma fase decisiva do processo político não é vista de forma positiva, mas o discurso é que têm ficado nomes mais alinhados com o projeto do partido. O próprio governador marcou conversas com Ninho e Patriota. O primeiro estuda migrar para o PDT ou PCdoB, para participar da chapinha. O segundo continuará socialista. “Vou ficar no partido mesmo que eu me lasque”, diz.
Segundo o governador, os deputados têm que pensar no que é melhor para o Estado e para seus mandatos. “Como dirigente partidário, não vou querer que nenhum parlamentar saia do PSB. Nós vamos fazer o esforço necessário para que eles fiquem. Se eles não quiserem ficar, efetivamente, vão ter o meu respeito. Mas a prioridade de todos nós é que o PSB fique fortalecido”, afirmou Paulo Câmara ao JC.
Hoje, o PSB tem 31 deputados federais. Espera fazer entre 40 ou 50 em outubro. No Estado, projeta ter 1,8 milhão de votos e eleger até dez parlamentares. Só João Campos, filho de Eduardo, deve fazer cerca de 300 mil votos, nas contas do partido. A reeleição de Paulo pode significar a nomeação de secretários e a posse de suplentes.