ELEIÇÕES 2018

Com pai brigando pelo MDB, Fernando Filho entra no DEM

Dezoito dias depois de se filiar ao MDB, Fernando Filho deixa a sigla e ingressa no DEM de Mendonça

Amanda Miranda
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Amanda Miranda
Publicado em 07/04/2018 às 15:54
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Dezoito dias depois de se filiar ao MDB, Fernando Filho deixa a sigla e ingressa no DEM de Mendonça - FOTO: Foto: Divulgação
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Dezoito dias depois de se filiar ao MDB, o agora ex-ministro de Minas e Energia e deputado federal Fernando Filho se filiou neste sábado (7), último dia da janela partidária, ao Democratas. O parlamentar entrou no MDB no segundo dos três dias em que o pai dele, o senador Fernando Bezerra Coelho, esteve à frente do partido em Pernambuco. Opositor do governador Paulo Câmara (PSB), Coelho disputa a presidência da sigla no Estado com o vice do socialista, Raul Henry, que conseguiu nessa sexta-feira (6) mais duas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu favor.

"Foi em função da insegurança jurídica que reina", afirmou FBC neste sábado sobre a troca de partido do filho. "Mas estou convencido de que a decisão sai antes das convenções. Com isso, nós teremos condições de colocar o MDB dentro da frente política que deseja mudança em Pernambuco", acrescentou.

Pai e filho lideram a frente de oposição Pernambuco quer mudar, que fez um ato neste sábado, em Ipojuca. Ao contrário dos outros eventos, neste o senador não se colocou como pré-candidato ao Governo do Estado no discurso.

Apesar disso, FBC afirma que acredita que conseguirá o comando do partido. "As decisões foram em caráter liminar. Falta ser julgado o mérito das ações. E elas serão julgadas através do instrumento do agravo que foi impetrado no Supremo Tribunal Federal. Continuo no MDB, continuo animado e com a certeza de que vai prevalecer o que dispõe a Constituição. Essa é uma questão interna corporis do partido".

O ministro Ricardo Lewandowski suspendeu os artigos da resolução assinada pelo presidente nacional do MDB, Romero Jucá, essa semana que poderia retirar os poderes do diretório pernambucano, presidido hoje, por causa de uma liminar do próprio Lewandowski, por Raul Henry. De acordo com o documento de Jucá, o partido deveria ter candidatura própria ao governo e, nos diretórios onde há conflito judicial, como é o caso de Pernambuco, caberia à Comissão Executiva Nacional decidir sobre coligações e candidaturas majoritárias e proporcionais nas eleições deste ano. Rosa Weber ainda negou um mandado de segurança contra a suspensão da dissolução no Estado.

Negociação com o DEM

O clã dos Coelho foi cortejado por dois meses, no meio do ano passado, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que escolhessem o Democratas, mas foi atraído por Jucá, com a promessa de que receberiam o comando do partido. Fernando Bezerra se filiou em setembro, mas não levou aliados nem os filhos por causa da briga jurídica no partido.

Fernando Filho aproveitou a dissolução do diretório pernambucano, no fim de março, para entrar no MDB, mas, com as novas derrotas do pai na Justiça, decidiu sair e ir para o DEM, que tem como principal liderança no Estado o ex-ministro da Educação Mendonça Filho. Miguel Coelho, irmão dele e prefeito de Petrolina, continua no PSB, mas como divergência.

Fernando Filho deixou os socialistas em outubro, enquanto enfrentava um processo de expulsão por ter votado a favor da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados. Saíram com ele outros quatro nomes do partido.

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